domingo, 27 de abril de 2008

O CABRITO

Meus pais não eram ricos, eram o que se chamava antigamente de remediados( hoje classe média), mas eles faziam questão de que tivéssemos uma excelente educação, todos nós aprendemos a tocar instrumentos musicais e estudávamos em colégio particulares....minha mãe contava, que meu pai colocou meu irmão Jose Carlos na escola de violino com 5 anos.....e que meu avô Benedito, ficava bravo com meu pai, pois achava que o neto era muito pequeno para aprender música......o Jose Carlos estudou piano, a Dalva violão, o Dário acordeon e eu estudei acordeon, piano e fiz balé clássico....sem contar o sapateado que fiz escondido deles...rsrsrsrs.....
Outra preocupação dos meus pais, era com a alimentação....nossa mesa era farta...graças a Deus!
Quando nós éramos pequenos meu pai era comandante chefe de divisão da extinta e gloriosa guarda civil de São Paulo, e todo o final de mes, minha mãe ia ditando para um de nós o que ela precisava para abastecer a casa.....e meu pai levava a lista , uns dias depois vinha o caminhão da cooperativa da guarda civil trazer as mercadorias em casa...(naquele tempo ainda não tinha os supermercados da vida)., eu me lembro, que só tomávamos leite em pó...ou o mococa, ou o ninho....que minha mãe batia no liquidificador todas as manhãs....e morria de vontade de tomar o leite paulista, que vinha nos litros...e só fui fazer isso depois de casada....lembro também, que só tomávamos toddy ou ovo maltine e, que sempre vinha nas compras do mes, uma lata de bolacha doce e outra de bolacha salgada...e que minha mãe tinha sempre um bacalhau inteiro atráz da porta da cozinha....
O sobradinho em que morávamos na leopoldo machado, era assim.....tinha a sala, depois vinha a copa e depois a cozinha...e da porta da cozinha até a porta da sala, minha mãe tinha uma passadeira de linóleo ( isso é antigo...e não existe mais...rsrsrsr) , que ela fazia questão que brilhasse....pois bem....meu pai tinha um amigo fazendeiro, que todo o final do ano mandava para ele produtos da fazenda .....algumas vezes vinha galinhas , uma vez veio um leitãozinho preto, e, eu e a Dalva nos apaixonamos por ele, então por insistência da Dalva, minha mãe colocou um laço de fita vermelha no leitãozinho, e este saiu correndo porta adentro, e quando ele chegou no linóleo escorregou e caiu com as patinhas abertas e foi embora ...rsrsrsrs...nossa estou vendo a cena....rsrsrsrsrsr......certo dia um caminhão parou na nossa porta, vindo da fazenda com......um cabrito....minha mãe ficou apavorada, o que ela iria fazer com o bicho.....eu e a Dalva estávamos na escola, e quando estamos chegando em casa, lá no começo da rua...meu irmão Dário nos vendo começou a gritar.....Dalva, Jurema...cabrito, cabrito, cabrito.....nós sem entendermos nada, saímos correndo para ver o que estava acontecendo.....e demos de cara com o bichinho.....aquele cabrito foi o Ó....pois até encontrar alguém que se soubesse matá-lo foi um sacrifício e mesmo assim, toda a carne foi jogada fora, pois quem matou o cabrito deixou o fel ou coisa que o valha envenenar a carne.....mas ficou na estória da família o ...cabrito....cabrito....cabrito......

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