quinta-feira, 31 de julho de 2008

Mistériossssssssssss........

Hoje lembrei de um fato ocorrido comigo, quando eu tinha meus 11 ou 12 anos.....não sei explicar o que aconteceu....na época eu fiquei hiper assustada e ainda hoje quando lembro, tenho calafrios.......
Quando eu era pequena e até mesmo na minha adolescência, eu adorava dormir com a minha mãe...toda oportunidade que tinha, olha a Jurema indo com tudo pra cama dela.....quando ela acordava cedinho para fazer o café da manhã , o que eu fazia ? pegava o travesseiro dela e tirava mais uma sonequinha...porque eu amava o cheirinho dela que ficava na fronha.....antes de dormir, minha mãe sempre passava leite de colônia do rosto.....e o perfume ficava impregnado no travesseiro....nossa que saudades!
Meu pai tinha um primo que morava na rua recife, primeira travessa da rua guaiauna, o Jorge...que vira e mexe ia lá em casa.....para nós era uma maravilha, pois como ele trabalhava em uma papelaria, toda a vez que ele ia bater um papinho com meu pai, ele sempre levava algum artigo escolar para nós...e sempre com uma novidade, com isso éramos os primeiros da escola a ter os últimos lançamentos escolares...
Um dia o Jorge apareceu lá em casa para conversar com meu pai, eram umas 7 horas da noite, e trouxe para nós um globo terrestre pequeno....muito bonito...o suporte do globo era de madeira, uma belezinha mesmo....mas naquela noite meu pai estava trabalhando, então o Jorge ficou conversando com a minha mãe na sala....e nós participando da conversa....o Jorge era muito palhaço e rimos, rimos muito com ele aquela noite....quando foi lá pelas 10 horas , ele foi embora e, eu aproveitei para dormir com a minha mãe......
O jogo de quarto da minha mãe era hiper moderno, lindo mesmo....os criados mudo , eram grudados na cabeceira da cama....e minha mãe sempre colocava no lado dela o relógio despertador....aqueles bem antigos que tinham uma espécie de sino no alto...e que quando tocavam o quarteirão inteiro escutava de tão barulhento que era......
Estava eu toda feliz ao lado da minha mãe, quando escutei um barulhinho embaixo da cama...parecia que tinha algum bichinho roendo o estrado da cama....assustada falei pra minha mãe que tinha um bicho alí....ela pacientemente levantou-se , acendeu a luz...e toca a procurar o bicho...e nada.....mais sossegada voltei a deitar...não deu uns 5 minutos , olha o barulho novamente...e novamente fiz minha mãe procurar o tal bicho , quando estávamos a duas a olhar debaixo da cama, o despertador começou a tocar....assim ,do nada....nossa que susto!
Minha mãe no ato bateu no pininho para ele parar de tocar e eu vi que eram meia noite em ponto......aí, comecei a tremer e a chorar...minha mãe não entendendo nada, perguntou pra mim o porque do chororô....quando eu disse entre soluços...".mãe, a tia Carlota morreu".....tia Carlota era esposa do irmão da minha mãe, o meu tio Vitor, e era a melhor amiga da minha mãe, quando solteira.....minha mãe até me deu uns tapas, pois achou que eu estava falando besteira e gorando a saúde da minha tia e grande amiga dela.
No dia seguinte, juntamente com meu pai, chegou um telegrama avisando da morte da minha tia......meus pais foram ao enterro dela , lá em Curitiba......e até hoje fico pensando....como será que fiquei sabendo? que mistério é esse, que até hoje ninguém deu uma explicação razoável para mim?...eu heim?!?!?!

domingo, 27 de julho de 2008

Clube Esportivo da Penha

Domingo!
Domingo é o dia da semana que mais gosto e tenho escrito na memória de minh'alma, como dia dos momentos mais felizes da minha infância....pois minha mãe depois de limpar a cozinha do almoço, pegava os 4 filhos e saía a passear.
Como ela era uma mulher sábia, cada domingo era um passeio diferente....em um domingo íamos na chácara da minha tia nenem, no outro íamos visitar as amigas dela (naquele tempo era comum visitar os amigos...assim...sem avisar. ) ...íamos a parques e a um montão de lugares diferentes.
Um domingo minha mãe levou-nos no centro da cidade, e pela primeira vez vimos uma escada rolante...lá na galeria Prestes Maia......que alegria!...que folia!......minha mãe ficou parada esperando e vendo nós...... subindo e descendo... ...rsrsrsrsr... ficamos fazendo isso um tempão....estou fechando os olhos e vendo a nossa alegria e escutando a nossa gritaria....domingo memorável aquele...maravilhoso!...
Mas o que eu gostava mesmo, era quando ela nos levava no Clube Esportivo da Penha...era tudo de bom...pois lá tinha gangorra, escorrega, e o brinquedo mais gostoso do mundo para mim....a balança....
O meu irmão Jose Carlos podia ir na piscina...e nós ficávamos dando tchau para ele, enquanto ele nadava e dava aqueles senhores mergulhos.....nós os pequenos não íamos na piscina porque minha mãe morria de medo...bobeira!....
Um dia em que estávamos na balança, meu irmãozinho Dário saiu correndo para pegar uma que estava vaga, e na pressa e sem olhar, passou em frente de uma menina que estava dando impulso para a balança ir mais alto...com isso ela bateu com os pés do rosto do Darinho e quebrou um dentinho dele, sem contar que os lábios ficaram cortados.....minha mãe quando viu o sangue escorrer pela boca do meu irmão ficou desesperada....eu não sabia quem chorava mais...se ela ou ele....aí no final todos nós chorávamos....ô dó!....mas como tudo na vida passa...este momento foi esquecido e voltamos muitas vezes lá.....eu lembro que lá tinha um lago ou rio...não sei ao certo.....eu sei que minha mãe levava milho e migalhas de pão, para que jogássemos para os patinhos e gansos....eles eram lindos....e muitas vezes as patas saiam da água para vir comer milho nas nossas mãos...e os patinhos bem amarelinhos vinham também.....nossa que momentos inesquecíveis!
Nunca mais fui no clube Esportivo da Penha, mas meu irmão Jose Carlos hoje em dia faz ou fez parte da direção do clube....
Seguindo o exemplo da minha mãe, quando meus filhos eram pequenos fiz o mesmo com eles....só que eu saía cedinho de casa...e levava a famosa "mochila da mãe"....dei aos meus filhos os mesmos momentos felizes que recebi da minha mãe....
Domingo! dia de boas recordações.....

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A bicicleta

Em um natal que não consigo lembrar o ano,meu irmão Dário ganhou de presente um velocípede.....o brinquedo era assim.....tinha uma roda grande na frente, com duas pequenas laterias....e entre as rodinhas tinha uma espécie estribo emborrachado....o velocípede era lindo......como morávamos em uma ladeira, e o Darinho era pequeno, minha mãe então obrigava eu e a Dalva irmos com ele na rua Omachá...assim ele poderia pedalar sossegado...e assim fazíamos....íamos pela Omachá, virávamos na rua dona Vicentina Alegretti...e voltávamos....pois a Pedro Alegretti, era uma ladeira bem acentuada até a esquina da Leopoldo Machado......
Um dia, a Dalva tinha que fazer um trabalho escolar e eu realmente não estava com paciência para ficar com o Darinho, e ele chorando que queria pedalar...só que pelo olhar que minha mãe me lançou, fui correndo levar meu irmãozinho para andar no seu velocípedes....e fizemos o mesmo caminho.....quando chegamos na esquina da rua dona Vicentina com a pedro alegretti.....olhei...olhei ...e tive uma idéia.....peguei meu irmão fiz ele ficar em pé no estribo ,sentei no velocípedes e descemos com tudo..............que delícia!...descobri a pólvora......fui correndo chamar a Dalva e o Jomar para ver a minha mais nova invenção em matéria de brincadeira......e a partir daí o Darinho foi relegado a segundo plano...pois fingíamos que íamos levar o coitadinho para pedalar e... ó nós descendo a ladeira a mil por hora.......a folia só terminou quando um vizinho foi contar para minha mãe a barbaridade que estávamos fazendo....mas criança vê perigo em brincadeiras?
Ficamos injuriados quando minha mãe guardou o velocípedes , o Dario a partir daquele dia só pedalava quando minha mãe tinha um tempinho pra ficar com ele na Omachá....tadinho!.....

Mas deixa estar, que com isso ficou a vontade de ter uma bicicleta.....mas só fui ter minha magrela com meus 13 anos....ela também era linda....azul..... aro 21.....a partir daí, eu ganhava o mundo da rua com ela.....
Meu pai ganhou de um amigo um radinho speker que tinha fone de ouvido......novidade na época, pois era importado....e eu tomei posse desse radinho.....um dia, fiz um colarzinho de tricô e coloquei meu radinho dentro....subi na magrela e fui embora pedalando e escutando minhas músicas favoritas...( acho que fui a precurssora do Walkman aqui no Brasil...rsrsrsrsrsrsr)...nessa época nós morávamos na Esmael Dias.....então o que fiz.....entrei na rua guaiauna...subi a rua Recife, entrei na rua general Sócrates,.fui pela rua do correio( não lembro o nome) e com isso cheguei até a av.Amador Bueno da Veiga.....e fui embora, no embalo das pedaladas e das músicas ...e foi passando o cemitério da Penha, o Grupo escolar Barão de Ramalho...a rua leopoldo machado...e eu pedalando....esquecida do mundo....quando dei por mim, estava na Vila Ré....perto da casa da meu primo César...ele tinha acabado de casar com a Rose.....aí não tive dúvidas, fui até a casa dele...quando minha tia nenem me viu por lá....ficou hiper nervosa.....pois eu estava completamente suada e cansada....e longe....muito longe de casa....e levei uns tapas dela....rsrsrsrsrs....ô dó!....aí não teve jeito....tive que voltar de ônibus com ela, enquanto que o César só traria a bike no sábado seguinte.....quando ele estaria de folga no serviço......
Quando mudamos para o apê no centro, dei minha bicicleta, pois não tinha mais onde andar...uma pena, pois era um dos meus passatempos favoritos....

sábado, 19 de julho de 2008

Quanto riso....ó!...quanta alegria.............

Na quadra da rua Leopoldo Machado, depois da rua Omachá, tinha um terreno baldio enorme......e nós éramos terminantemente proibidos de passar por perto....mas um dia, não teve jeito...fui obrigada a entrar nele....caso contrário o Jomar e o Doro não dividiriam comigo uma planta...(não lembro o nome)que depois de amassada, misturada com um pouco de álcool e água....transformaria-se no famoso "sangue de diabo"....e eu não podia ficar sem o meu quinhão, pois no dia seguinte iria ter uma guerra de água....
Estávamos os 3 no jardinzinho entretidos na preparação da mistura, quando minha mãe saiu na porta para dar uma olhada nos filhos.....quando ela me viu, mais que depressa perguntou se eu tinha ido no terreno....e é lógico que eu disse não......aí não deu outra...levei umas belas chineladas, por desobedecer e mentir...chorando perguntei o porque das chineladas e ela mostrou meu vestido lotado de picão....rsrsrsrsrsrsrsr....ô dó! essa é uma das minhas lembranças marcantes do tempo de carnaval.
Ô época gostosa! Meu pai todo o ano trazia para cada um de nós um frasco de lança perfume.....nossa, fechando os olhos dá pra ver....eles eram de metal e cheirosos.... e como eram cheirosos....dava pena ficar jogando nas pessoas....
Uma vez, minha mãe teve uma idéia brilhante.,pegou um monte de bucha no sítio da tia nenem , cortou, secou e fez sacolinhas forradas, com uma alça enorme.....então, era alí que colocávamos nossas bisnagas de água, os confetes e as serpentinas....
Quando éramos pequenos, ela nos levava para ver os desfiles de carros com pessoas fantasiadas...lá no largo da Penha., mas depois quando já estávamos maiorzinhos, minha mãe ia conosco no clube Esportivo da Penha...na matinê de carnaval....ela alugava uma mesa na pista, ficava sentada , enquanto nós ficávamos pulando ao som das marchinhas.....e isto eram os tres dias seguidos.....na terça feira gorda...no final, sempre tinha o concurso de fantasia....uma beleza....
Quando mudamos para a rua Esmael Dias, ainda fomos uns dois ou tres anos no clube esportivo.....mas quando eu fiz 14 anos, nós entramos de sócios no Sport Clube Corinthians então, era lá que íamos dançar o carnaval......e esta, era a época do ano, em que nós as mocinhas podíamos usar calças compridas.....geralmente era uma calça que hoje em dia dá-se o nome de pescador...esta calça ia até mais ou menos o tornozelo e tinha um corte lateral....geralmente usávamos uma bluzinha listrada de decote canoa e sem mangas...e aqueles colares de plástico em formato de flor....ah! sem contar que podíamos usar também alpargatas, pois elas eram mais confortáveis para ficar dançando.....minha mãe no Corinthians, ficava sentada nas arquibancadas vendo eu e a Dalva lá embaixo dançando...e isto também os tres dias seguidos.....
Foi nesta época que a tv passou a transmitir os desfiles de fantasias....nossa, ficávamos grudadas em frente a tv vendo aquelas maravilhas de fantasias , umas mais lindas que a outra....e no final a Wilza Carla, sempre fazia o barraquinho dela....rsrsrsrsrsrs...achando que era injustiçada...e a briga do Clovis Bornai o Evandro de Castro Lima e o Mauro Rosas, então? .....a rivalidade deles era qualquer coisa de bom para nós...pois a cada ano que passava, um queria ter a fantasia melhor e mais bonita que o outro...com isso nós é que ganhávamos em matéria de espetáculo....
Acabado a folia, dias depois, meu pai comprava para nós, a revista Cruzeiro, que trazia as melhores fotos do carnaval...era uma delícia ver as fantasias premiadas, os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro ....e as fotos do baile de gala do municipal, com mulheres líndíssimas em seus trajes hiper elegantes e com aqueles arranjos maravilhosos na cabeça....
Quando mudamos para o centro, minha mãe ainda nos levava no baile , lá no corinthians.....só que agora, íamos a noite...com isso ela ficava a noite toda sentada lá na arquibancada vendo eu e a Dalva dançando.....ô mãe maravilhosa que tivemos....nós realmente fomos privilegiadas por Deus.....
A última vez que pulei o carnaval foi com 19 anos, pois comecei a trabalhar e no feriado eu preferia ir viajar.....mas só tenho boas lembranças dos meus carnavais, graças a minha a minha mãe....
Quando casei, e meus filhos eram pequenos, eu e minha sogra, fazíamos um lanche reforçado e ficávamos a noite toda, os tres dias de carnaval, enfrente a tv vendo as escolas do Rio.....infelizmente não faço mais isso, pois agora não existe mais respeito...o carnaval se tornou para mim uma exposição muito vulgar do corpo da mulher....uma pena, porque o romantismo e a alegria deu lugar a violência e a pornografia.....

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Liceu Santo Afonso

Depois da estória da bebedeira da freira e do meu radinho, minha permanência no colégio das freiras ficou insustentável, pois elas me perseguiam sem dar trégua.....tudo o que acontecia de ruim por lá....quem era a culpada?.....EU!.... e com isso fui ficando injuriada, pois eu sempre fui muito religiosa, ao ponto de querer ser freira....é bem verdade que eu era levada, que fazia coisas do arco da velha.....mas eu era boazinha....mesmo assim elas me perseguiam....
Um dia depois de ser acusada de algo que não fiz, pensei cá com meus botões:..........." ah, é?!?!?!...me acusaram, me colocaram de castigo, minha mãe foi chamada na escola, levei uns tapas por conta disso e....eu inocente....agora voces vão ver o que é bom pra tosse....."
E a partir daí aprontei....Meu Deus! como aprontei.....eu e a minha aliada Rosa Maria..... pra encurtar o texto.....só vou contar uma das nossas mais famosas "aprontações"......
Naquele tempo, tenis era só para fazer ginástica....então nosso uniforme de educação física era assim.....um shorts bufante azul marinho, uma saia pregueada branca e o tenis.....quando tínhamos aula de educação física, íamos até o último andar do colégio, trocávamos de roupa no vestiário e pronto.....começava a aula..
Um dia eu tive uma idéia brilhante e convidei a Rosa Maria para participar e ela topou....enquanto todas estavam na aula, pedi licença para a professora, dizendo que precisava ir no banheiro...e a Rosa Maria também pediu...e assim lá fomos nós.....só que antes passamos pelo vestiário, pegamos todos os sapatos, amarramos uns nos outros e colocamos do lado de fora do colégio, presos na grade de proteção....como estávamos no quinto ou sexto andar, os sapatos ficaram balançando ao sabor do vento....rsrsrsrsrsrsr..
.terminada a aula fomos nos trocar...e....cadê os sapatos?.......mas deixa estar que enfrente ao colégio tinha o barzinho do "vú"...um senhor libanês que era uma gracinha...e quando ele olhou e viu os sapatos dependurados, foi correndo falar para a madre superiora...rsrsrsrsrsr.....e aquele dia mais uma vez levei um, agora merecido, castigo.....e dessa vez a freiras quiseram falar com meu pai...e bravo do jeito que ele era, levei uma boa surra....mas apanhei feliz......pois estava vingada......rsrsrsrsrsrsrs
Aí não teve jeito, depois de tudo o que aprontei, devido a perseguição das freiras....era impossível eu ficar estudando por lá....e meu pai então, matriculou-me no Liceu Santo Afonso...........que maravilha! pois a Rosa Maria também foi pra lá............
O Liceu era uma escola a parte, a começar pelo uniforme, que era saia e sapato marrom com blusa branca e um distintivo com o emblema do colégio também Marrom........e acima de tudo era um colégio liberal.....................
como saí de um colégio hiper autoritário...fiquei no céu.....pois no Liceu, não tínhamos que ficar em filas, as classes eram mistas..e tinha até uma cantina, onde podíamos comer a vontade, sentadas nos bancos de alvenaria que tinha em torno do pátio...a liberdade era total.....mas tudo isso com os inspetores de alunos vigiando.....mas pra mim isso era novidade...pois no colégio das freiras tínhamos que ficar nas filas até para comer nosso lanche....um horror!....
Até os professores do Liceu, eram pessoas iluminadas, pois eles gostavam de lecionar e eram antes de tudo, amigos dos alunos.....O nosso professor de ciências, o professor Leone, para mim era mais que um pai...pois ele ensinava tudo o que nós jovens precisávamos saber....até passar as mãos pelo corpo depois do banho para retirar o excesso de água e assim não molhar muito as toalhas, ele ensinava.... ( faço isso até hoje)....este professor nasceu com o dom especial para lidar com adolescente...lá no Liceu, não existia dia estipulado para fazer provas...era assim, o professor entrava em sala de aula e aplicava prova surpresa....só assim eles poderiam saber se nós estávamos entendendo a matéria...era um porre, mas com isso nós sempre estávamos estudando....um dia o professor Leone fez uma prova surpresa e eu não respondi quase nada....no final escrevi assim....."professor, respondi o que sabia".......e ele no dia seguinte, entregou-me a prova com um D, e com a resposta....."ervilha...(ele me chamava assim)....dei a nota que voce merecia".....imagine só se eu poderia fazer algo assim nas freiras?!?!?!
Ah! o Liceu era tudo de bom...e....sem contar que tínhamos a melhor banda marcial do estado de São Paulo...pois naquele tempo tinha torneio entre os colégio de São Paulo, para saber qual era a melhor banda...e a nossa ganhava sempre......o Jomar tocava piston na banda....ele era o meu orgulho....pois muitas vezes ele comandava os alunos...ia na frente ....nossa...estou viajando no tempo....pois para mim foram os melhores anos da minha vida.....lá fiz grandes amigos...amei cada um dos professores....os mais marcantes para mim foram....a professora Dirce de história...o professor Leone de ciência, o professor Fernandes de portugues...o professor de música, que infelizmente o nome fugiu...o professor Waldemar de matemática... que era bravo, mas mesmo assim um amor....sem contar o Sílvio, que era o secretário da escola....não posso esquecer também, a inspetora de aluno que era muito querida....mas que infelizmente o nome não vem na minha mente.........
Não posso deixar de falar da famosa" ximbica"...o único ônibus do colégio, que de tão antigo, os alunos colocaram esse nome.......e o Adilson então? ele estudou na classe do meu irmão Dário....e sempre foi um excelente jogador de basquete...e anos depois fez parte da nossa seleção Brasileira de basquete.
ah! e quando íamos disputar algum torneio de basquete? eu e minha amiga Márcia formávamos junto com outras meninas a torcida organizada...que delícia!...íamos brincando, falando alto....planejando como seria nosso grito de guerra......meu Deus! que tempo bom!
Nossa, acho que deveria escrever um capítulo a parte sobre o Liceu Santo Afonso......saudades meu colégio do coração....saudades meus professores amados...saudades meus amigos.....saudades.....saudades.....saudades.....saudades.....saudades!
Quantas saudades!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Meu pé de laranja lima ou Meu pé de jabuticaba

Quando eu era criança, todas as casas tinham um jardim e os muros eram baixos, isto porque, automóvel ainda era artigo de luxo e a violência não imperava como hoje em dia........
O sobradinho da Leopoldo Machado, não fugia a regra...tínhamos um jardim, que hoje em dia vejo que era minúsculo, e o nosso portão vivia escancarado.....o jardinzinho tinha 3 canteiros...um que ficava no meio em forma de estrela e 2 nas extremidades em forma de triangulo....minha mãe plantava suas flores no canteiro de estrela e no canteiro em forma de triangulo que ficava perto da janela...o outro.....ah! o outro...ele era nosso!.....alí tinha areia , pedrinhas...pedaços de panelinha de barro, pedaços de bonecas....era alí que fazíamos comidinha, era ali que eu e o Jomar fazíamos nosso artesanato indígena......alí construíamos mal e porcamente nosso papagaio( hoje chamado de pipa)...alí era nosso mundo encantado.........
Quando mudamos para a Esmael Dias, nossa casa não tinha jardim......mas em compensação nos fundos do nosso quintal, tinha um pequeno pomar.....lá tinha pé de......pera, maçã, orvalha, ameixa,goiaba,,jabuticaba e pitanga.........acho que pé de pera e maçã tinha uns 3 ou 4.......eu lembro que muitas vezes minha mãe fazia compota com as peras....hummmmmmmmmm....dá até água na boca ao lembrar........na divisa do nosso quintal com o pomarzinho, tinha 2 árvores enormes....uma era de orvalha e a outra era uma jabuticabeira.......e era nessas duas árvores que eu vivia como uma macaquinha...pulava de uma para a outra....muitas vezes quando aprontava alguma arte brava, eu ia me esconder da minha mãe, no pé de jabuticaba...pois alí eu me sentia segura, ninguém me achava....rsrsrsrsrsrsrsrsr...
...eu adorava brincar com a Dalva a Lêda e a Soninha lá....na minha imaginação e tenho certeza de que na imaginação delas, o pequeno pomar, era o sítio do pica-pau amarelo......a uns 2 anos atrás fui visitar a Lêda e para minha tristeza, o nosso sítio encantado foi transformado em estacionamento.....não ficou uma só árvore para contar estória....uma pena!
Em 1968, o aeroporto de congonhas era a saída para os voos internacionais.....com isso meus primos de Curitiba, o Cidinho e a Andyara vieram para São Paulo e ficaram na minha casa...eles tinham um grande amigo que estava indo morar nos Estados Unidos...e meus primos quiseram ficar com este amigo até a hora do seu embarque..........eu adorei a estória, pois mesmo não tendo um contato mais assíduo com meus primos...eu gostava muito deles........
A Andyara estava lendo um livro e disse que estava amando a estória...com isso fiquei sapeando para ver o conteúdo, mas a Andy não dava trégua...rsrsrsrsrsr...o amigo deles foi embora, meus primos ficaram um pouco tristes, e também voltaram para Curitiba, mas antes de ir, a Andyara deu o livro para mim.....escreveu uma pequena dedicatória e falou para eu ler, somente quando ela estivesse na estrada...eu achei estranho mas segui a risca o pedido da minha prima querida...............no dia seguinte comecei a ler o..." Meu pé de laranja lima"
nossa! apesar de ter 17 anos, eu ainda conservava muito da minha inocência infantil...e me identifiquei com o Zezé.....não que eu apanhasse muito ...não....só que assim como ele, eu era encapetada e tinha a "minha árvore"....na minha imaginação, o pé de jabuticaba era meu....e muitas vezes conversava com ele...contava meus sonhos, lia para ele as poesias que fazia.....tenho a convicção que eram horrorosas, mesmo não mostrando para ninguém minhas poesias de rimas quebradas.. tinha a certeza de que o meu pé de jabuticaba admirava-as?!?!?!.......e com isso a estória do Zeze e da xururuca mexeu com a minha sensibilidade...e assim como o Zezé ficou doente quando o portuga morreu...eu também adoeci quando terminei de ler o livro.....pois chorei muito, mas muito mesmo....e me deu febre.....talvez por eu estar com a minha imunidade baixa...peguei uma gripe violentíssima, sem contar com o estado emocional debilitado devido ao livro....eu só sei que fiquei muito doente....e um dia meu pai apavorado e chorão do jeito que era, ajoelhou-se do lado da minha cama e ficou chorando pedindo para eu não morrer...minha mãe quando viu aquilo deu uma senhora bronca nele......e assim como o Zeze, aos poucos eu fui melhorando......mas como o Zeze olhou para o pé de laranja lima e viu somente uma arvorezinha, não a sua xururuca.....eu fiquei sabendo também, que os sonhos acabam.......e que a ilusão vive somente na nossa mente...........acho que foi por isso que fiquei doente....pois foi a partir do livro que comecei a amadurecer....pois até alí, eu era somente a Jurema encapetada e sonhadora......

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Doce de abóbora....

Hoje fiz um doce de abóbora, mesmo não podendo comer, devido a diabétis....não resisto, vira e mexe...olha a Jurema fazendo o doce mais gostoso do planeta.....quando coloquei meu doce no pirex, fiquei olhando pra ele...e..... minha mente foi embora pro passado.....e lembrei de uns fatos ocorridos na minha infância e pré-adolescência.......como um tem relação com o outro, vou contar do jeito que as lembranças vieram na minha mente.........
Quando eu morava na Leopoldo Machado, o sobradinho tinha uma copa...e nela ficava o jogo de jantar da minha mãe....fechando os olhos consigo ver a disposição dos móveis...que saudades!.....
Um dia meu pai trouxe de presente para minha mãe uma compoteira de vidro ou cristal..não sei ao certo....eu só sei que o formato era uma galinha no choco...minha mãe colocou então encima da mesa...para enfeitar.....eu olhei achei bonitinho, mas ficou aí....nada de extraordinário....
Um dia meus pais receberam um convite de casamento da filha de uns espanhois que moravam no começo da rua....minha mãe então fez dois vestidos, um pra mim e outro pra Dalva...o modelito era o charleston.....o corpete do vestido ia um pouco abaixo dos quadris, e logo em seguida tinha uma saia godê...os vestidos ficaram lindos....tenho até uma foto com ele.......minha mãe neste dia, fez um doce de abóbora e quando este esfriou, ela colocou na galinha e depois dentro da cristaleira....eu estava brincando com o Jomar, quando tive a idéia de ir pegar azeitonas na geladeira...e na hora em que estava comendo a azeitona junto com o Jomar, olhei pra cristaleira e vi a compoteira....fiquei deslumbrada...achei tão lindo, mas tão lindo, que fui ver de perto....e chamei o Jomar pra me ajudar a pegar.....pegamos a compoteira, colocamos encima da mesa..e eu fiquei mexendo, pra lá e pra cá...eu estava deslumbrada...o efeito do doce na galinha transparente, mexeu com a minha sensibilidade...e toca a Jurema ficar virando a galinha...até que........ela caiu e quebrou....nossa que susto...e que melequeira ficou o chão da copa.....eu fiquei tão assustada, que não parava de berrar...minha mãe que estava no andar decima, desceu apavorada, sem saber o que estava acontecendo..e...quando viu...fez o que ela sempre fazia, quando não sabia que atitude tomar...mexia com a cabeça pra lá e pra cá.....e colocava a mão na boca.....ô dó!...eu tremia, mas tremia tanto que ela ficando com dó , só meu deu um safanão...o Jomar saiu correndo.....rsrsrsrsr...e toca a minha mãe limpar a sujeira....
mais tarde, fomos ao casamento, e pela primeira vez na vida, vi uma noiva...e uma mesa enfeitada com inúmeras noivinhas.....tenho na memória esta mesa....mas eu era muito infantil e não sabia o que significava tudo aquilo....achei bonito a noiva , mas ficou por aí......um tempo depois, a filha do seu João, a Ana, também se casou...e foi mais uma festança no pedaço...e mais uma vez não dei pela coisa.....quando eu tinha 14 anos, o poeta Casemiro de Abreu fez despertar o romantismo na jovenzinha ingênua....e aí é que me toquei do significado do casamento.....e todos os sábados ia com uma amiguinha, que não consigo lembrar o nome, na igreja da Penha assistir os casamentos lá realizados......ficávamos no primeiro banco...e...toda vez que uma noiva entrava, nós duas chorávamos feito duas tontas.....rsrsrsrsrs....um dia eu vi um casamento que despertou todo o meu romantismo, e que até hoje guardo na memória da alma como um dos momentos mais bonitos que vi........era o casamento de um rapaz militar... ele estava com o uniforme de gala...parecia um príncipe........ e em cada 3 filas de bancos tinha dois militares com uniforme de gala...um enfrente ao outro...e na hora em que a noiva foi entrando os militares fizeram uma espécie de túnel com as espadas.............nossa que coisa linda!...quando terminou a celebração e os noivos foram saindo, novamente os militares fizeram o túnel e do alto no lugar do coro...várias moças jogavam pétalas de rosas......aquele sábado foi inesquecível para mim...imagine só para a noiva......e eu coloquei na cabeça que o meu casamento seria assim, pois meu pai também era militar.....não foi...mas foi muito bonito também......e fico pensando que a minha fixação por bibelo em formato de galinhas só existe, porque vivo a procura de uma compoteira de galinha no choco...e como não consigo encontrar vou comprando todas as galinhas que vejo....rsrsrsrsrsrsrs

sábado, 12 de julho de 2008

Um dia de cão!

Meu pai tinha um grande amigo, o seu Fernando.... assim como meu pai, ele também pertencia a extinta e gloriosa "guarda civil de são Paulo".
Quando voltamos a morar em São Paulo, ficamos em sua casa até nossos móveis chegarem...... ele também morava na rua Leopoldo Machado, só que, na quadra acima da rua Omachá.........a família do seu Fernando era assim composta....ele, a dona Arminda(sua esposa) e seus 3 filhos...o Gerson...que era da mesma idade do meu irmão Jose Carlos, o Reinaldo,que era da minha idade e a Eliana, que tinha uns 2 anos a menos que eu....isso sem contar o "negão"...um cachorro enorme, que para fazer jus ao nome...era todinho preto......assim como o negão era grande...e poe grande nisso....ele era hiper mansinho......e como meu pai não permitia que tivéssemos cachorros eu simplesmente fazia de conta que o negão era meu.......e brincava adoidado com ele.....e ele me obedecia em tudo.....
Não sei realmente dizer, se eram os pais do seu Fernando, ou os pais da dona Arminda.....mas um deles tinha um sítio...e teve um ano em que safra de mexirica excedeu.....e tinha mexirica adoidado...eu e o Reinaldo então, tivemos idéia de sair vendendo mexirica pela redondeza, e com isso livrar uma graninha para comprarmos gibis.....mas como fazer para carregar as mexiricas? aí, não sei se fui eu ou o Reinaldo, que lembrou da lição "a cesta", que tinha na nossa cartilha.......nesta lição tinha a gravura de um burrinho carregando duas cestas de palha, uma de cada lado.......foi a conta......pegamos duas cestas de lona , colocamos as mexiricas nela....amarramos com uma corda...e....fizemos o negão carregar assim como no livro.....e... fomos pela vizinhança vendendo as benditas mexiricas...e vendemos tudo! mas isso devido a nossa criatividade...as donas de casa ficavam encantadas com o negão, tão bonzinho e mansinho, a ponto de carregar as cestas cheias......eu amava o negão....pra mim , ele era o meu cachorro.
Um dia, não lembro o motivo, briguei com o Reinaldo.....e como toda a criança que se preze...ele para me pirraçar, proibiu que eu brincasse com o negão.....eu então toda injuriada, disse pro Reinaldo que ele ia ver só...pois eu estava indo falar pra minha mãe.....saí batento o portão e fui pisando duro...pensando como iria contar pra minha mãe, e tendo a certeza de que ela iria tomar o meu partido.....quando cheguei perto de casa, vi o outro lado da rua, bem em frente da casa da vó Maria um cachorrinho...oras, pra mim foi um achado...eu iria mostrar pro Reinaldo que não precisava mais do negão, pois agora eu tinha um cachorro.....atravessei a rua , e fui brincar com o cachorrinho.....mas o bichinho era bravo...e não queria nada comigo...e eu agarrando o coitado....até que pensei...se eu der um beijo nele...ele irá brincar comigo....e quando dei um beijo no cachorro, ele abocanhou meus lábios....e o dente dele ficou grudado na minha boca.....ô dor! ô pavor!...e toca a Jurema a berrar....e o cachorro com o dente preso nos meus lábios...enquanto eu colocava a cabeça pra tras...o cachorrinho puxava pra frente.....a minha sorte, foi que a dona Miúda, filha da vó Maria, viu tudo, e foi correndo me salvar........como ninguém conhecia o bichinho e , para meu total desespero, pois sempre tive pavor de injeção, olha a Jurema tomando uma série delas.....até hoje eu tenho as marcas dos dentes do cachorro nos lábios.........
O seu Fernando, era paraquedista, um dia quando eu tinha meus 9 anos, ele e a turma de paraquedista da guarda civil, foram fazer uma apresentação, mas, infelizmente algo saiu errado e o paraquedas dele abriu muito tempo depois do estipulado, com isso o grande amigo do meu pai veio a falecer.....foi uma pena, pois nossos amigos perderam o pai muito cedo.......e o mundo perdeu um homem de bem....mas como as mulheres daquele tempo tinham fibra e eram valentes a beça, a dona Arminda educou sozinha e muito bem os 3 filhos...eu lembro que ela complementava a sua pensão, fazendo bordados a máquina.....lindas toalhas e lençóis....as vezes eu ficava olhando ela bordar e achava lindo, quando derrepente o ponto ficava cheio e fazia aquelas rosas lindíssimas.....sem contar o cheirinho gostoso que o quartinho em que ela bordava tinha..............nossa, que saudades!

domingo, 6 de julho de 2008

A costureira mirím......

A quadra da rua leopoldo Machado, em que morávamos, ficava entre a rua Omacha e a Pedro Alegrete, e nesta rua, morava um senhora que ensinava corte e costura....um dia minha mãe conversando com esta senhora (não lembro o nome dela) disse que eu e a Dalva gostávamos muito de fazer roupinhas para nossas bonecas...e que tínhamos jeito para isso....a senhora em questão colocou então na cabeça da minha mãe, que ela não deveria desperdiçar o nosso talento...e que seria muito bom que nós fôssemos aprender a costurar de verdade...minha mãe se entusiasmou...e...matriculou-nos
no curso de corte e costura...a senhora em questão ensinava pelo método singer...e meu pai então, comprou para nós, a pedido a minha mãe, o livro adotado pela professora...quando fecho os olhos vejo o livro ...ele era bem grande com capa azul e tinha a palavra singer escrito em dourado......este livro rolou lá em casa por muitos anos....... minha mãe comprou para cada uma de nós, os apetrechos necessários...uma carretilha pra cada uma...uma tesoura...um dedal...uma fita métrica...um lápis...uma borracha.....um giz para riscar tecido....e bastante papel pardo......sem contar o livro é claro, que era para nós duas......no dia combinado , olha eu e a Dalva indo felizes da vida e toda prosa para a nossa primeira aula.....só que....eu tinha 8 anos e a Dalva 9.....e o que a mulher não contou para minha mãe e nem ela se deu conta foi que, para fazer os moldes das roupas, era necessário saber multiplicação e divisão.....minha mãe sempre costurou...mas pelo método do olhometro.....e como eu iria fazer as contas? eu só estava no segundo ano primário...e ainda não tinha chegado na divisão....rsrsrsrsrsr....ô dó!....por mais boa vontade que eu tivesse...era totalmente impossível.....então saí rapidinho...pois além de tudo a professora em questão era muito brava.....mas até que a Dalva ainda ficou uns dois meses por lá......
Mas apesar do fracasso do aprendizado....nós continuávamos a gostar de brincar de fazer roupinhas de bonecas....e eu fui crescendo....quando eu tinha 12 anos, vi uma senhora bordando pelo método das linhas varicor...eu fiquei alucinada querendo aprender...e minha mãe então, matriculou-me no curso....e...só dava eu de criança.....e todas as donas de casa que estavam fazendo o curso, não me levaram a sério....e toda a vez eu eu entrava na sala da loja para aprender, elas começavam a rir de mim.....aí peguei gana.....e esforcei-me mais que o necessário, e....tirei de letra....deixando muitas com água na boca...de tão bem que eu bordava...um dia a minha vizinha de frente , ficou grávida...e toda a roupa de cama do nenem, foi bordado por mim....e ...ficou lindíssimo.......eu tinha nessa época 13 anos.

No nosso tempo, fazia parte do curriculo escolar a matéria de prendas domésticas.....e valia nota.....nesta aula, aprendíamos de tudo...bordado, trico, croche, matelassê,e fazíamos também bichinhos de pelúcia....sem contar é claro que tínhamos aulas de economia doméstica.....onde aprendíamos a fazer o orçamento familiar...nunca fui boa nesta matéria...e ainda hoje sofro nos meus orçamentos....gasto mais do que tenho....rsrsrsrsrsrs....ô dó!
Mas estou escrevendo tudo isso, só para contar que.....um dia eu coloquei na cabeça que tinha que reformar um vestido para ir no bailinho na casa do Luiz Carlos....eu tinha meus 15 para 16 anos......aí o que fiz?....fui nas gavetas da máquina de costura da minha mãe e encontrei um gorgurão branco....então recortei-o em pétalas e fiz margaridas....cortei o vestido , que era de golinha e mangas compridas ...e fiz um decotinho arredondado...e costurei envolta todas as margaridas que fiz......no miolinho das margaridas eu coloquei miçanguinhas amarelas que comprei na loja de armarinhos, lá na rua guaiauna....o vestido ficou lindíssimo...pois ele era da cor verde bem clarinho...e as margaridas brancas com as miçangas amarelas deu um destaque muito bonito.....e tudo isso eu fiz pelo método da minha mãe....o olhometro......
Esta semana, estava na sala brincando no computador...e com a tv ligada.... e vi de relance uma festa que estava tendo na novela das 6 horas....e me interessei pela música, pois é do meu tempo...quando olhei e vi....um vestido igualzinho ao que eu fiz....nossa! me deu até tremedeira....pois voltei no tempo...e sem querer me peguei a chorar de saudades...não sei porque, a imagem da minha mãe costurando veio assim, tão forte na minha mente...... e lembrei de como ela era zelosa conosco...ela não media esforços para que eu e a Dalva tivéssemos uma educação primorosa......nós duas com 12 anos já éramos donas de casa perfeitas, sabíamos cozinhar e limpar a casa com perfeição........sem contar os conselhos maravilhosos que ela nos dava, a respeito de tudo....se eu , minha irmã, e meus irmãos somos pessoas do bem e cumpridores dos nossos deveres de cidadãos, que tem a família como base de vida ...devemos a minha mãe....mulher de fibra....que soube educar os 4 filhos com amor, mas dentro de uma disciplina rígida.......e sempre agradeço a Deus por ser filha da dona Marina.....
Mãe te amo!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

As travessas ou As mijonas....

Ontem recebi um recadinho de uma amiga virtual, dizendo que gosta muito de ler meus textos, pois através deles, ela volta ao passado, porque existem muitas coincidências em nossas infâncias.Com isso, vim ler novamente meus textos, e quando cheguei no "brincadeiras de criança"....parei, e fiquei pensando na rua Esmael Dias...e lembrei que eu e a Dalva também aprontávamos......e veio na minha mente assim, num rompante, uma das nossas travessuras....mas para contá-la tenho que antes de tudo, dizer que no nosso tempo, as meninas só usavam vestidos....a calça comprida só foi permitido o uso, quando eu tinha meus 16 anos....aí sim....podíamos usar a vontade, pois antes disso, calças compridas eram só para ir dançar o baile de carnaval nos clubes......
Pois bem, vamos as minhas memórias....
Eu e a Dalva tínhamos duas amigas que eram irmãs, com a mesma diferença de idade que nós....então por questão de afinidade....a Maria do Carmo ficava mais com a minha irmã e a Maria da Penha ficava mais comigo....mas isso não impedia que as 4 aprontassem juntas..... e o que fazíamos?...íamos em dupla andando pela rua...aí uma de nós apertávamos a campainha de uma casa já escolhida, e saíamos correndo.....enquanto que a outra dupla ficava mais atrás vendo a dona de casa sair para atender a porta.....assim que esta entrava....olha a outra dupla apertando a campainha novamente e saindo correndo...........
Na rua Guaiauna tinha um prédio de 4 andares...e um dia decidimos que iríamos lá apertar as campainhas......
No dia seguinte depois de planejarmos bem a estratégia da operação..."toca campainha"....fomos no prédio...subimos até o último andar e....conforme íamos tocando as campainhas , descíamos correndo as escadas.......quando chegamos no primeiro andar, era a vez da Dalva tocar....mas deixa estar, que talvez as donas de casa informaram uma as outras o que estava acontecendo.... pois quando a Dalva tocou a campainha de um apartamento, de imediato a porta foi aberta...a Dalva então toda atrapalhada, pois não esperava por isso, pediu um copo de água e foi obrigada a tomar, sem vontade mesmo....quando ela desceu a escada, eu e as duas irmãs, estávamos sentadas nos degraus rindo da cara de boba que a Dalva ficou....aí ela começou a rir também...e tanto riu, que fez xixi nas calças.....quando nós vimos o xixi escorrendo,rimos mais ainda e.....também fizemos xixi.....e rindo fomos embora para nossas casas trocarmos de roupa, deixando as escadas do prédio, em petição de miséria....... ô dó! rsrsrsrsrsr........
Therezinha minha amiga, com certeza voce não foi tão travessa assim,e esse tipo de "maldade", voce não fez.....rsrsrsrsrsrsr