terça-feira, 29 de abril de 2008

A estrela cadente

Em 1978, eu e o kaka decidimos ir morar em Florianópolis...nessa época nós tínhamos um carro volks ano 76..e seguimos felizes da vida para nossa nova cidade, quando perto de Curitiba, sofremos um acidente capotando...e.... com isso nosso carrinho acabou.... mas não ficamos abalados não....porque éramos cheios de ideais e esperança.,seguimos então o resto da viagem de onibus e lá chegando ficamos um tempo morando com a minha mãe, até acharmos uma casa para nós...um tempinho depois, alugamos "a casinha nossa", nome que o Caco deu para nossa casa lá no bairro de Barreiros, na rua São Pedro, e nesta casa fiquei grávida do meu segundo filho....quase no fim da minha gravidez, uma noite fui no banheiro , e uma largatixa subiu pelo meu braço, o susto foi tão grande que entrei em trabalho de parto....nessa época o kaka tinha uma possante moto yamaha 75 cilindradas..rsrsrsrs....e pegando-a foi atráz de um taxi...mas não encontrou nada.....como éramos jovens, e a vida para nós era uma brincadeira...não tivemos dúvidas, subi na moto com o Caco no meio e fomos embora...deixei o Caco na minha mãe e rumamos para a maternidade....quando estávamos passando pela ponte Hercílio Luz, olhei para o céu e vi uma estrela cadente.....na hora fechei meus olhos e pedi a Deus, que tudo corresse bem comigo e que a criança que estava para nascer fosse abençoada.....as 6.30 da manhã do dia 11 de fevereiro, nasceu meu filho Raul Tabajara...e fui atendida no meu pedido.
Hoje com 56 anos fico relembrando a minha vida com kaka e com meus flhos e vejo que Deus foi generoso comigo e me abençoou, pois graças a Ele meus filhos são excelentes pessoas....
o Ricardo é o meu dr. Spok, movido pela lógica matemática...tudo para ele tem que seguir pela lógica....é engenheiro e vive em BH, estudando sempre.......e é feliz fazendo o que gosta...lidando com os números.
O Raul é o artista da família, poeta, escritor e professor.....é também, um ser a parte, pois como todo aquariano , está cem anos luz a nossa frente....ele é uma pessoa mística, que desde pequeno e até hoje tem dons especiais......
O Fábio é o mais apegado a mim e ao pai.... sabe aquele filho presente em todas as ocasiões e que mesmo adulto não se importa em passear e fazer visitas a parentes com os pais?...assim é este meu filho...... ele está terminando a faculdade de tecnologia da computação...seguindo os passos do pai na áerea da informática....é o mais calado dos tres, mas com uma alma grandiosa e generosa.
Fico com a sensação de dever cumprido, pois consegui transmitir aos meus meninos todas as boas lições que aprendi com meus pais.........e todas as noites quando vou dormir agradeço a Deus por tudo que passei na vida...agradeço meus bons e maus momentos, pois com eles estou crescendo espiritualmente.

BAURU

Meu pai foi destacado para trabalhar na divisão de Bauru.... e aí começam as minhas recordações.....lembro perfeitamente como era a nossa casa...uma casa de esquina na rua 7 de setembro, seu teto era muito alto e para meu pavor as vezes eu via baratas voadoras, pois Bauru é extremamente quente.....Minha mãe ficou grávida do meu irmão caçula e como era costume naquela época, meu irmão nasceu em casa...então meu pai mandou os filhos irem para o quintal esperar a cegonha, pois ela iria trazer mais um irmãozinho para nós.....eu fiquei o tempo todo olhando para o céu e escutando minha mãe chorar , quando derepente olhei pro chão e vi uma pena de galinha...nossa que felicidade....corri para mostrar ao meu pai , pois na minha cabeça de criança a cegonha já tinha chegado...e entrei de sopetão no quarto....foi quando vi, um pacotinho todo enrolado nos pés da cama da minha mãe...era o meu irmão Dário....nossa meu pai ficou muito bravo e aquele dia levei umas chineladas.....
Bem em frente da minha casa, morava um rapaz e, sinceramente não sei o porque, eu e minha irmã Dalva, subíamos no portão de madeira do nosso quintal e ficávamos o tempo todo gritando......" Zé tatu...Zé tatu..." rsrsrsrsrsrsr...
Meu pai nessa época tinha uma moto com um carrinho do lado...não sei o nome que se dá a esse tipo de moto, mas sei que aos domingos nós saíamos com a moto para passear na praça principal de Bauru...meu irmão Jose Carlos, ia junto com meu pai na moto e eu minha mãe e a Dalva íamos no carrinho....nossa, fecho meus olhos volto no tempo....como pode?
Lembro também, que nossa empregada nos levou ao cinema e quando no filme o trem vinha em nossa direção, eu a Dalva fizemos o maior berreiro do mundo....a mim parecia que o trem iria sair da tela....rsrsrsrsrsrsr
As lembranças que tenho de Bauru são assim como flasch na minha mente.... lembro da festa que meu pai fez no natal para todos os policiais e famílias, com direito a Papai Noel e presentes para todas as crianças......aliás existe uma foto desse dia... mas não sei com qual dos filhos ela está.. outra recordação nítida que tenho, é a nossa mudança para São Jose dos Campos.....fomos de avião pra lá...e lembro que eu e a Dalva andávamos pelo avião, enquanto meu pai segurava o Darinho no colo e minha passava mal com enjoos....de São José a única recordação que tenho é do hospital em que fui tomar vacina e como corri de medo deixei minha boneca cair no chão e quebrou a cabeça dela....então a enfermeira colou com esparadrapo...dizendo pra mim que a boneca não chorava de medo como eu.....aí minhas memórias terminam, recomeçando na rua Leopoldo Machado......

As formiguinhas.....

Dizem que filho de peixe, peixinho é......e por isso mesmo, sempre adorei cozinhar, com 12 anos já pilotava o fogão, numa boa.....Lembro que eu e minha irmã, fazíamos bolos e depois íamos perguntar pra minha mãe , qual deles estava mais gostoso...e minha mãe sem saber quem fez os bolos, sempre escolhia o meu......
Da minha vida de culinarista( rsrsrsrsrsrsr) tenho três lembranças que me marcaram muito mesmo e uma delas fez a diferença....por isso quero contar ......então lá vai....
1-eu e minha irmã, adorávamos ler Claudia e Ella.....quando eu tinha 13 anos, li uma receita de torta de bacalhau na revista Claudia, e fui toda feliz fazer....a torta ficou uma delícia, mas não se sabe porque, minha mãe ficou muito ruim depois de comê-la.......a bendita torta atacou a vesícula e ela baixou hospital, ficando por lá quase 2 meses...pois ela foi obrigada operar e depois da operação teve uma pequena complicação....e eu fiquei o tempo todo no hospital fazendo compania a minha mãe..... a Dalva ficou em casa cuidando de tudo.....uma pequena dona de casa........mas na família ficou a lenda da torta que jogou a mamãe no hospital.....rsrsrsrsrsrsrs
2-Todo o ano a revista Claudia fazia um concurso para a melhor receita doce... e... salgada....então bolei uma receita doce com abacaxi..e mandei pra lá......não é que fiquei entre as 10 finalistas?nossa pra mim foi a glória.....ter meu nome na revista, como uma doceira de primeira....rsrsrsrsrsrs
3-.Os meus bolos sempre foram fofos e saborosos, mas eu não sabia confeitar....para os niver dos meus filhos eu fazia o famoso glacê de clara de ovo com açúcar e depois jogava chocolate granulado por cima.....
Na minha casa tinha muitas formiguinhas na cozinha...sabe aquelas formiguinhas bem pequenininhas?pois é...assim era .....
Quando meu filho Ricardo fez 6 anos, fiz um bolo de coca-cola, recheei e coloquei encima da geladeira, para no dia seguinte confeitar...cobri o bolo e fui dormir....na manhã seguinte, dia da festinha...quando fui pegar o bolo para confeitar.............vi que as formigas, tinham feito a festa antes.....o bolo estava lotado delas...que desespero!...aí não teve jeito, fui na padaria e comprei um bolo muito bonito...era o rosto do mickey..feito com geléia brilhante....muito lindo mesmo.....quando os convidados chegaram e comentavam sobre a beleza do bolo...eu querendo aparecer e muito da mentirosa disse que fui eu quem tinha feito.....mas pela cara das pessoas eu sabia, que elas sabiam que eu estava mentindo...e no fundo fiquei hiper envergonhada , mas aí não dava mais para desmentir.....e fiquei por um bom tempo amargando a vergonha....até que um dia indo na banca de jornal, vi uma revista que ensinava a fazer bolos confeitados....ah! não deu outra...na mesma hora comprei a revista...e a partir daí...virei uma excelente confeiteira...meus bolos faziam o maior sucesso....e ganhei muito dim dim fazendo bolos pra fora....eu lembro de 4 bolos em especial...o cavalinho de balanço que fiz pro Binho...a crina dele era de fios de ovos ...nossa foi um bolo lindo mesmo.....outro foi um zoológico que fiz para o Raul...fiz a cerca do zoo com palitos de chocolate...tinha até laguinho com patinhos...os bichinhos eu fiz com marzipã....acho que este foi o mais completo e bonito....os outros foram um bolo que fiz para o Ricardo e pro Sérgio...era uma espada do Hee Man e o castelo do Hee man...e pra Baby, minha sobrinha, fiz uma borboleta colorida, que a minha cunhada Dirce colocou na grama e tirou uma foto...e parecia mesmo uma borboleta.....
Pelo menos uma mentira deu frutos....hoje em dia não faço mais bolo, salvo alguma excessão, pois como fiquei diabética...só de olhar minha glicemia vai a pícaros.....

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Hortolândia

Enquanto éramos pequenos, meu pai não permitia em hipótse nenhuma que tivéssemos animais domésticos...para ele, nós ainda não tínhamos todos os anticorpos necessários para nossa defesa, contra possíveis doenças transmitidas por animais.....quando mudamos para a Esmael Dias, meu irmão Dário já estava com 7 anos, aí começou o nosso chororo para termos um cachorrinho....a cadelinha da minha tia nenem, uma pequinês teve uma ninhada....ah! foi a conta......escolhemos o mais bonitinho de todos.....e levamos pra casa todos felizes...escondendo o bidu (nome dado em homenagem ao cachorro do franjinha....Maurício de Souza)por uns dias do meu pai...até minha mãe com jeitinho falar pra ele...no começo ele foi totalmente contra...mas a nossa insistência foi tamanha, que ele não teve outro jeito a não ser concordar......
No final da rua Guaiaúna, antes da linha do trem, dava para um parque municipal , a Hortolândia....(lá, hoje em dia é a estação do metro Penha), nos domingos quando não tínhamos passeios programados, minha mãe nos levava para fazer pic-nic ...e assim poderíamos levar o bidu junto.....eu lembro que lá chegando , colocávamos o bidu no chão...e lá ia aquela bolinha de pêlos correndo todo feliz na nossa frente, com o rabinho sempre abanando.....
Só que tinha uma coisa, meu pai não permitia que o bidu ficasse dentro de casa....então colocávamos o bidu, na janela da sala de visita da nossa casa, que tinha uma grade de proteção, e dava diretamente pra rua.....com isso, o bichinho acostumou a ficar alí, latindo pra todos os estranhos que por ventura passasse na nossa calçada......como ele sabia que não podia ficar dentro de casa, o que ele fazia....quando minha mãe abria a porta do quintal...ele saía correndo, pulava no sofá que ficava embaixo de janela e assim conseguia ficar por lá o dia todo...ele só saía , quando tinha fome ou quando tinha que fazer suas necessidades......e , era até gozado de ver...pois ele descia e saía correndo, com o rabinho no meio das pernas....rsrsrsrsrsrsr......ele era lindo, lindo, lindo.....
Quando mudamos para a cidade, fomos obrigados a dar o nosso bidu, porque íamos morar no décimo primeiro andar, e o nosso medo é que ele fosse fazer a mesma coisa lá, e despencasse janela abaixo....então demos o bidu para uma família que morava na vila perto de casa...mas sempre íamos visitá-lo....saudades dos nossos pic-nic na hortolândia, saudades do nosso cachorrinho.....tempo bom aquele......

domingo, 27 de abril de 2008

O CABRITO

Meus pais não eram ricos, eram o que se chamava antigamente de remediados( hoje classe média), mas eles faziam questão de que tivéssemos uma excelente educação, todos nós aprendemos a tocar instrumentos musicais e estudávamos em colégio particulares....minha mãe contava, que meu pai colocou meu irmão Jose Carlos na escola de violino com 5 anos.....e que meu avô Benedito, ficava bravo com meu pai, pois achava que o neto era muito pequeno para aprender música......o Jose Carlos estudou piano, a Dalva violão, o Dário acordeon e eu estudei acordeon, piano e fiz balé clássico....sem contar o sapateado que fiz escondido deles...rsrsrsrs.....
Outra preocupação dos meus pais, era com a alimentação....nossa mesa era farta...graças a Deus!
Quando nós éramos pequenos meu pai era comandante chefe de divisão da extinta e gloriosa guarda civil de São Paulo, e todo o final de mes, minha mãe ia ditando para um de nós o que ela precisava para abastecer a casa.....e meu pai levava a lista , uns dias depois vinha o caminhão da cooperativa da guarda civil trazer as mercadorias em casa...(naquele tempo ainda não tinha os supermercados da vida)., eu me lembro, que só tomávamos leite em pó...ou o mococa, ou o ninho....que minha mãe batia no liquidificador todas as manhãs....e morria de vontade de tomar o leite paulista, que vinha nos litros...e só fui fazer isso depois de casada....lembro também, que só tomávamos toddy ou ovo maltine e, que sempre vinha nas compras do mes, uma lata de bolacha doce e outra de bolacha salgada...e que minha mãe tinha sempre um bacalhau inteiro atráz da porta da cozinha....
O sobradinho em que morávamos na leopoldo machado, era assim.....tinha a sala, depois vinha a copa e depois a cozinha...e da porta da cozinha até a porta da sala, minha mãe tinha uma passadeira de linóleo ( isso é antigo...e não existe mais...rsrsrsr) , que ela fazia questão que brilhasse....pois bem....meu pai tinha um amigo fazendeiro, que todo o final do ano mandava para ele produtos da fazenda .....algumas vezes vinha galinhas , uma vez veio um leitãozinho preto, e, eu e a Dalva nos apaixonamos por ele, então por insistência da Dalva, minha mãe colocou um laço de fita vermelha no leitãozinho, e este saiu correndo porta adentro, e quando ele chegou no linóleo escorregou e caiu com as patinhas abertas e foi embora ...rsrsrsrs...nossa estou vendo a cena....rsrsrsrsrsr......certo dia um caminhão parou na nossa porta, vindo da fazenda com......um cabrito....minha mãe ficou apavorada, o que ela iria fazer com o bicho.....eu e a Dalva estávamos na escola, e quando estamos chegando em casa, lá no começo da rua...meu irmão Dário nos vendo começou a gritar.....Dalva, Jurema...cabrito, cabrito, cabrito.....nós sem entendermos nada, saímos correndo para ver o que estava acontecendo.....e demos de cara com o bichinho.....aquele cabrito foi o Ó....pois até encontrar alguém que se soubesse matá-lo foi um sacrifício e mesmo assim, toda a carne foi jogada fora, pois quem matou o cabrito deixou o fel ou coisa que o valha envenenar a carne.....mas ficou na estória da família o ...cabrito....cabrito....cabrito......

sábado, 26 de abril de 2008

Meu pai

Relendo o final do texto "a quituteira", fiquei lembrando do meu pai...o coronel Wilton Gonçalves.....
e resolvi descrevê-lo como tenho na minha memória.....
Meu pai era um moreno claro alto e muito, mas muito bonito e, ele tinha consciência disso.....talvez por ter ido na segunda grande guerra, tinha seus momentos de nervosismo....mas no geral ele era uma pessoa sensível, como pai , para nós a meninas , ele era hiper enérgico, lembro de uma vez quando eu tinha 14 anos, meu primo César e sua esposa mudaram de casa, e como eles tinham um bebezinho, o Sandro...eu e minha irmã fomos ajudá-los e dormimos por lá...quando meu pai chegou lá pela 1 hora da manhã e minha mãe contou que nós estávamos na casa do Cesar, na mesma hora, ele levantou meu irmão e obrigou o Zezinho ir buscar-nos.....assim era meu pai.....
Ele adorava colocar apelidos em nós...eu, por ser muito magra, era a SECA, ou boca de sapo....a Dalva por ter muito cabelo, era a MACACA...o Zezinho, era o PEITEIRA...e o Dário era o PELINHO MARRON.....nos sábados ele ficava no quintal da nossa casa e tocava acordeon ou seu bandolim.....e tocava chorinhos, valsas....eu adorava quando ele declamava Augusto dos Anjos......ele empostava a voz e declamava muito, mas muito bem e bonito........e quando ele tocava no bandolim a valsa Branca...ele chorava......
Ele era uma pessoa boa....sabe dessas pessoas que ajudam os parentes sem nada pedir em troca? assim era meu pai....a nossa casa era uma pensão, pois todos os parentes, tanto dele como os da minha mãe...ficam lá em casa......de quando eles sismavam de fazer aquele almoços grandiosos...nossa que delícia que era....uma vez meus pais fizeram um almoço que tinha minhas primas de curitiba, o primo do meu pai que era palhaço e família, tinha a prima Rute do rio e mais uns primos de Lorena.....foi Ô domingo legal....ficou na minha memória e acho que nunca mais esquecerei....
Ele fazia nós lermos em voz alta...na época eu morria de medo e de raiva, mas hoje agradeço muito a ele por isso......
E quando ele pegava eu e a Dalva saindo a bailar pela casa....cantando uma valsinha que ele inventou...a letra era sempre a mesma....vou escrevê-la, mas sem a melodia vai ser difícil voces entenderem, mas nós os filhos saberemos....rsrsrsrsr...era assim......pra mim..." ó sequinha, ó sequinha..ó sequinha, ó sequinha , ó sequinha"...pra Dalva ..."ò macaca...ó macaca..macaquinha...macaquinha..."
nossa......não consigo terminar....ai pai que saudades do senhor.....

Noite de São João

A rua Leopoldo Machado era uma ladeira, mas uma ladeira pequenina e a casa em que morávamos era a última de um conjunto de sobradinhos.....n o sobrado da direita morava a minha madrinha dona Benedita, e a casa do lado esquerdo era de um senhor pernambucano de nome João....o seu João tinha uns 6 filhos e as duas caçulas a Ana e a Carmo eram jovens adolescentes de seus 14 e 16 anos...(mas pra mim , eram mulheres já)...elas adoravam dançar o frevo e uma vez elas ensaiaram eu a Dalva ...e um dia fizeram umas saias de papel crepom bem rodada e um guarda-chuva também de papel crepom...e fomos com elas e mais algumas pessoas dançar o frevo na rua Omachá.....depois de muito tempo é que fiquei sabendo que era um bloco de carnaval....mas naquele tempo eu era criança por demais, para me dar conta disso.......mas o que o seu João gostava mesmo, era de falar das festas juninas de Pernambuco, mas ele falava tanto, mas tanto, que meu pai teve a idéia de fazer uma festança no dia de São João.....na nossa casa, embaixo da escada, tinha um quartinho de despejo....nossa! ele ficou lotado de fogos de artifício.....meu pai mandou fechar a rua, fez uma fogueira enorme e começou a festa de São João......na frente da nossa casa, tinha uma senhora negra, que carinhosamente, nós chamáva-mos de vó Maria, ela então fez o quentão...( saudades vó Maria, da senhora só tenho boas recordações....)e tome brincadeiras...eu lembro nitidamente de um fogo de artfício em especial...era uma espécie de roleta, que meu pai colocava na paredes e este ia girando...fazendo com isso, lindos movimentos de luzes......quando chegou meia noite, e a fogueira estava em brasa....o seu João rezou, tirou o sapato e atravessou as brasas descalço....ah! foi o momento mais bonito da festa...todos bateram palmas e o seu João chorou agradecido, abaçando meu pai....tenho este momento gravado na minha memória...mas é tão nítido que parece que aconteceu ontem......
A festa acabou, tudo foi limpo...e...eu e o Jomar queríamos fazer a nossa fogueira.....e tome a pegar pauzinhos para fazê-la...tudo pronto começamos a colocar fogo...e....nada da fogueira acender...vai daí que o Jomar mandou eu ir buscar o litro de alcool lá em casa, para ativar o fogo, como todo pau mandado...fui correndo...e ele me ordenou que jogasse o alcool na fogueira e assim fiz, só que não sei como , o fogo subiu, entrou na garrafa e esta explodiu na minha mão...e um pedaço do gargalo transpassou meu dedo indicador...nossa que dor, que medo,quanto sangue...com medo de apanhar e tomar injeção, saí correndo pela rua, com o vidro no dedo e sangrando adoidado...e tome a Jurema dar voltas pelo quarteirão....berrando feito uma louca...e com o vidro no dedo e sangrando......até que o seu João me cercou, me pagou na marra e me levou na farmácia que ficava na Omachá...isto comigo esperneando feito uma cabritinha....lógico que era medo de tomar injeção......graças a Deus, não fiquei com nenhuma sequela no dedo...mas tenho até hoje a cicatriz...na no dedo ....com na bunda...(este imaginário , é lógico)devido as chineladas que levei da minha mãe....

sexta-feira, 25 de abril de 2008

A QUITUTEIRA

Minha mãe era uma cozinheira de forno e fogão....quando ela fazia bacalhau ao forno, ou fritava sardinha....minha madrinha dona Benedita, sem nenhuma cerimônia ia lá em casa com um pratinho, pedindo um pouquinho só...pelo menos é isso que minha mãe sempre contava.....nossa , eu lembro das roscas doces, dos bolos, das cucas.... uma delícia! um dia fiz um pudim de pão, e na hora que comi...chorei, mas chorei de frustração e vergonha, pois não chegou aos pés do pudim da dona Marocas......que saudades!
Eu lembro que meu pai comprou uma máquina de esticar massa, então os dois ficavam o dia inteiro fazendo macarrão...e era macarrão de todos os tipos, aí minha mãe colocava um lençol bem branquinho no varal e colocava o macarrão tipo espaguete lá, para secar.....
Quando meu irmão Jose Carlos fez 10 anos, minha mãe estava fazendo um simples bolinho para comemorar...nisso meu pai chegou, e perguntou para a minha mãe o porque do bolo...foi quando minha mãe contou que era o niver do Zezinho, nossa meu pai ficou passado, pois tinha esquecido............aí começou a estória, pois meu pai com complexo de culpa começou a ajudar minha mãe a fazer o bolo...e não se contentou....e fez a maior festa já vista na rua Leopoldo Machado...nossa tinha gente....e tinha comida...por muito tempo mesmo, este aniversário foi comentado no pedaço.
Esses eram meus pais.....uma quituteira de forno e fogão e um militar linha dura, que tinha o coração mais mole que já vi na minha vida.....meu pai as vezes quando ouvia alguma música bonita, ou mesmo quando tocava seu bandolim, acabava sempre chorando....quer ver quando ele tocava a valsa Branca...aí...era chororô na certa...rsrsrsrsr....
Minha mãe ao contrário, era aquele mulher prática...em primeiro lugar , nós tínhamos que estar bem vestidinhas e bem alimentadas....mas, sempre entrava nos nossos sonhos e viajava conosco nas nossas ilusões....
Saudades dona Marocas, saudades coronel Wilton

quinta-feira, 24 de abril de 2008

cometi uma grande injustiça.......

Hoje limpando minha minha casa, fiquei lembrando a minha infância e juventude....e lembrei de duas mulheres fantásticas, que por um lapso da minha parte, não coloquei na lista de pessoas que ajudaram a fazer a minha estória de vida.....a dona Elza e sua irmã tilila...é, tilila mesmo.....a dona Elza é mãe de nossa amiga Leda e a tilila sem consequencia, era a tia dela.....para voces terem idéia do aspecto físico das duas....vou descrevê-las como eu as via em criança....quem é da minha idade, ou que gosta de gibi irão ter uma noção....sabe a mãe da luluzinha e a mãe do bolinha?...pois é, quando criança eu associava a dona Elza com a mãe da luluzinha e a tilila com a mãe do bolinha...rsrsrsrsrsrs...mas eram iguaizinhas mesmo......quando chegava época de festas na igreja da Penha...lá iam as duas com suas saias pretas e blusas de mangas curtas, com golinhas sempre bordadas....elas eram um primor....

dona Elza:- A dona Elza era uma dona de casa, com alma de criança....e ...que entrava nas nossas fantasias , assim na maior....vou contar duas estórinhas que ela fez parte integrante.....
1- o quintal da nossa casa na Esmael Dias, era enorme, e fazia parte, tanto da minha casa, como da casa da dona Elza....lá tinha muitas árvores frutíferas, e como eu e minha irmã vivíamos lendo Monteiro Lobato....muitas vezes transformamos aquele quintal, no sítio do pica-pau amarelo......um dia a Dalva, com sua imaginação fértil, e a Leda, rersolveram fazer o pó de pirlimpimpim......pegaram aginomoto..um pouco de farinha e mais alguma coisa que não lembro o que era , e vieram felizes da vida, dizendo pra mim e pra irmãzinha da Leda(não lembro o nome), que poderíamos ir pra terra do nunca, brincar com a sininho e o peter pan...nossa que felicidade!...só que eu cheirava, cheirava e nada......a dona Elza que estava presenciando tudo, virou-se pra mim e disse, que eu não estava fazendo direito....que eu tinha que fechar os olhos, pensar em como era a terra do nunca na minha imaginação, aí sim....daria resultado...pois a viagem estaria na minha mente.....e eu poderia ir aonde bem eu quisesse.....grande mulher! sábia!...pois quando estou triste ou deprimida com as adversidades da vida...é isso o que sempre faço.....lembro de algum livro legal ou filme legal e viajo.....vivo por uns momentos , como as minha heroínas preferidas...e aí....acabou-se tristezas.....mas isso devo a dona Elza...
2-Como eu disse, a Dalva tinha uma imaginação muito fértil, um dia ela colocou na cabeça que se escrevesse uma carta pro então governador de São Paulo, o Adhemar de Barros, pedindo brinquedos , ele com certeza iria mandar, pois ele era muito rico...rsrsrsr...então ela e a Leda, começaram a escrever....e tome pedir brinquedos...eu , a Leda, a irmã dela, meu irmão Dário....todos em volta da mesa da dona Elza gritando e dizendo qual o brinquedo que queríamos.....depois que a Dalva escreveu tudo, a dona Elza, virou pra Dalva e perguntou a ela, se poderia pedir também e pediu uma cozinha nova.....nossa, foi muito legal, pois todos os dias chegávamos da escola, perguntando pra dona Elza se ela tinha visto algum caminhão chegando na nossa rua....e cada dia ela inventava um estorinha diferente pra nós......saudades dona Elza.....ela foi para outra dimensão no mesmo dia em que minha mãe foi.....

Tilila:- irmã da dona Elza, ela era professora de piano....e muitas vezes dava dicas para mim, qual a melhor partitura....uma vez ela foi na minha casa e tocou... .."La premier de uma virgem".....eu fiquei toda arrepiada de emoção, pois em determinado momento da peça, ela tocava com as mãos uma sobre a outra......enquanto meu pai não comprou esta partitura eu não sosseguei......e quando vi ele chegar com a bendita partitura, corri pra casa da minha professora dona Yara , para ela me ensinar....nossa eu tocava divinamente esta música.....a Dalva amava me ver tocando.....saudades tilila!

espero não ter esquecido mais ninguém que fez parte da minha estória...mas se esqueci e esta pessoa realmente fez parte...com certeza escreverei um capítulo só para ela....

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Pico do Jaraguá

Quando eu tinha meus 15 para 16 anos, eu e minha irmã Dalva, pertencíamos a "Comunidade dos jovens cristãos da Penha", nós assistíamos a missa das 11 horas, que era destinada a juventude, lá na igreja matriz(igreja velha da Penha) ......o vigário da Penha ( não lembro o nome)conseguiu que o dono do cine Paz, emprestasse uma das salas do cinema, para que fizéssemos nossas reuniões lá....as reuniões consistiam em palestras ministradas pelo vigário e depois tínhamos a recreação, e muitas vezes fazíamos campeonato de ping-pong.......ninguém queria fazer parceira comigo, pois eu era uma negação....rsrsrsrsrs...uma vez o vigário teve a idéia de fazer um pic-nic no Pico do Jaraguá.....e meus pais deixaram nós irmos...foi uma delícia, escalamos a montanha e brincamos pra valer.....que saudades!O tempo passou, me casei com o kaka, tive meus meninos....e sempre saía aos domingos com eles...íamos ao zoológico, museus, parques....até que um dia, lembrei do pico do jaraguá.....e para não perder o costume, arrumei a famosa mochila da mãe, que sempre tinha uma substânciosa merenda com coca e água .....tinha também papel higiênico,sabonete, ban daid . um par de roupa limpas para eles e uma toalha.... peguei o trem suburbano e me mandei com meus meninos pra lá.....assim...na cara dura, pois não fazia a mínima idéia como chegar até lá........ depois de ficar um tempinho perdida com eles, achei, e que maravilha!no pé da montanha, a prefeitura fez um mini zoológico..... só que os bichinhos ficavam soltos, e a criançada podia encostar as maõzinhas neles e até pegar alguns no colo.....tinha uma ponte suspensa que ia de um lado ao outro do parquinho.....meus meninos e eu ficamos maravilhados, eles brincaram tudo e mais alguma coisa....quando voltamos para casa, os priminhos deles estavam lá e eles falaram tando, mas tanto das maravilhas do parque, que minhas cunhadas quiseram levar meus sobrinhos lá também...tudo combinado e fomos no domingo seguinte....convidei minha amiga Maria que tinha 3 crianças também...........o sucesso foi geral...nossa como eles aproveitaram.....ainda mais que estavam em grupo....e meus meninos, como cicerones, faziam as apresentações do parque para os priminhos e coleguinhas...todos importantes, como se o parque fosse deles.....não lembro se foi a Maria ou minha cunhada Nilza, que resolveu fazer a festa de aniversário de uma das crianças lá, e na semana seguinte , ó nós de novo lá.... foi tudo de bom..... não lembro mesmo qual das duas que levou bolo,bexigas, brigadeiro, tudo para uma festinha...e colocou uma toalha branca em uma mesa de madeira rústica que tinha lá...e ó a criançada cantando o parabéns.....depois da festinha propriamente dita, eles subiram em árvores,pegaram patinhos no colo,correram...nossa aproveitaram mesmo......
Hoje fico aqui, lembrando desses momentos felizes ao lado dos meus filhos, querendo que o tempo voltasse atráz para reviver tudo novamente....infelizmente isso não é possível.....e somente por estas saudades lindas, que resolvi fazer este blog...para que todos leiam e voltem ao passado comigo...e vejam que tive uma infancia e juventude muito sadia e procurei passar tudo o que aprendi de bom aos meus meninos......

segunda-feira, 21 de abril de 2008

minha noite de Gisele Bundchen

Em 1974, eu trabalhava no Bco.União comercial, hoje Itaú.....como repcionista-secretária da gerência, lá na rua Paraíso.....a minha função era atender os clientes mais exigentes, muitas vezes ia na casa deles, levar talão de cheque, pegar cheques...hoje se dá o nome de personalite......para fazer tal atendimento, eu precisava andar muito bem vestida e maquiada, e modéstia a parte, eu era bem jeitosinha, tinha meus cabelos um pouco abaixo dos ombros e os tingia de castanhos claríssimos com relexos dourados....naquela época eu só usava o perfume "cabochart"...nossa eu arrasava...rsrsrsrsrsrs.... na agência trabalhava um rapazinho meio alegre, de nome Márcio, e ele vivia falando que eu precisa posar para publicidade, pois ganharia uma nota preta, mas até aí......
Uma das nossas clientes especiais era a dona Eloá Loebeling....(posso até ter errado o nome dela, mas se minha memória, não estiver falhando...é esse mesmo o nome), ela era dona de uma agência de modelos e vira e mexe ela fazia desfiles beneficentes, para algumas entidades .....esses desfiles eram em geral para a alta sociedade Paulistana.....e o Márcio uma vez chegou na dona Eloá e perguntou se eu poderia desfilar para ela....ela me olhou, olhou e disse..".a Jurema não tem altura necessária, mas pra fazer um desfile beneficente ela pode sim, assim que eu promover um, ela irá".....mas nós dois estamos pensando que ela falou só por falar...e esqueci o assunto.....até que um dia ela telefonou avisando que aquele sábado teria um desfile no clube Paineiras, lá no morumbi...nossa o grito que eu dei dentro da agência....pura felicidades.....o Márcio foi comigo para me maquiar....foi realmente uma noite de sonhos, eu usando aqueles vestidos caríssimos e para um público selecionadíssimo....foi a glória.....mas eu vi que aquele mundo não era pra mim não....pois eu estava apaixonadíssima pelo kaka, e o que eu queria mesmo era casar e formar uma família, ter meus filhos e viver pacatamente, como vivo até hoje...graças a Deus!.....mas valeu pela experiência e pela noite de sonho.....

sábado, 19 de abril de 2008

eles fizeram parte da minha estória....

Resolvi falar e prestar uma pequenina homenagem as pessoas que ajudaram a fazer a minha estória,pessoas que simplesmente fizeram parte da minha vida....não citarei meus pais, meus irmãos, meus filhos e meu marido, simplesmente porque eles não fazem parte da minha vida....ELES SÃO A MINHA VIDA.

irmã Maria Bernadete:-entrei na escola com 6 anos, no prezinho, e a minha professora era a dona Lídia.....mas eu chorava muito mesmo, tinha medo de ficar sozinha....com 1 mes de aula a dona Lídia não aguentava mais o meu chororô....então foi conversar com a madre superiora para fazer uma troca com a outra professora do pré, a irmã Bernadete...e assim foi feito.....quando cheguei na classe dela, a irmã Bernadete simplesmente me pegou no colo e começou a me beijar e a fazer carinho...e todo o dia ela ia na fila me buscar ....e me beijava e me abraçava falando que estava com saudades...e foi tanto carinho, tanto amor...que acabou o chororô.....eu amava esta professora e ainda amo a irmã Bernadete...pois ela me conquistou pelo amor.....oxalá todas as professoras procedessem assim.....


Dona Benedita:- minha madrinha.....outro amor da minha vida...ela era professora e fumava muito, mas muito mesmo....todas as crianças gostam de ganhar presentes das madrinhas, acho que eu era a única criança do mundo, qua adorava presentar a minha madrinha...era dia dos professores, dia das mães....qualquer comemoração..olha a Jurema dando um presentinho pra dona Benedita.....


Jomar:- meu melhor amigo...amigo de tantas bagunças...aprontamos tudo e mais alguma coisa.....quando fiquei mocinha, achava que seria natural eu casar com ele....que bobagem!...ele era o meu melhor amigo.....


Tio Rubens:- ele era meu padrinho de batismo, era aquele italiano de olhos azuis muito bonito, fanático por futebol, adorava o Palestra Itália...e quando tinha futebol, ele assistia a tv, com o radio no ouvido....muitas vezes eu ficava assistindo com ele.....eu adorava ver a bola em jogada altas......ele era marceneiro...e uma vez ele fez uma miniatura de quarto completo pra mim..eu lembro que quando fomos pra Curitiba, fomos na marcenaria dele...até o cheiro da madeira cortada eu ainda lembro....saudades!

Yara Marques Dias:- minha professora de acordeon e piano...era ela que escutava meus sonhos de menina-moça.....tudo eu contava pra ela......um dia disse a ela que gostaria de aprender sapateado, mas estava com medo de falar para os meus pais, pois tinha feito balé classico e desistido no meio do caminho...ela não teve dúvidas, mandou eu ir toda a sexta-feira na casa dela, pois ela ensinaria pra mim....fiquei aprendendo durante um bom tempo sapateado, sem ninguém saber lá em casa......professoras assim não existe mais...ensinavam pelo prazer de ensinar...não pelo dinheiro.....saudades!

Rosa Maria:-minha amiga portuguezinha...ela tinha uma voz maravilhosa e modestia a parte eu também...então a madre superiora colocava nós duas para cantar....uma vez eu e ela cantamos na igreja da Penha, para as crianças que estavam fazendo a primeira comunhão....foi a glória!
infelizmente ela foi para a outra dimensão muito jovem....

Marcia Helena Parra:-minha melhor amiga...por onde será que anda esta amiga querida?a última vez que a vi, foi no aniversário do Fabinho, seu filho...saudades!


Nelzinho:- meu primeiro amor...lembro que ficava na janela do quarto da minha mãe, esperando ele chegar com seu uniforme azul da aeronáutica.....lindo.....namorei com ele 6 meses...sem nunca nem pegar na mão dele....ele ia conversar comigo todas as tardes, e ficava eu ,ele, a Dalva e um amigo dele, na porta da minha casa conversando...só conversando...um dia minha mãe pediu para irmos com ela no dentista...e enquanto minha mãe estava sendo atendida..dei um beijo no rosto dele....meu Deus! achei que estava grávida depois disso.....e o pior de tudo, é que eu tinha 15 anos......anos 60...é...tudo era poesia....nada de realidade, éramos ingênuas por demais.....


professor Leone:-meu professor de ciências....nasceu para lecionar....quantas coisas ele ensinava para nós...até escovar a língua...hábito que tenho ainda hoje....ele ensinava que depois do banho, deveríamos passar a mão pelo corpo,para retirar o excesso de água, assim não molharíamos tanto a toalha, beneficiando nossas mães.....


a mãe do Zé da vila:-não lembro o nome dessa senhora, mas como ela só tinha filhos homens, simplesmente ela me " adotou" e todos os domingos ela fazia lindos penteados em mim, para que eu fosse bem penteada na missa dos jovens, as 11 horas da manhã, na Igreja da Penha...

vó Risoleta:- apesar de ter convivido pouco tempo com ela, eu amo esta minha avó...ela era linda....muito alta e bem loira dos olhos azuis....vivia cantando..." henrique, henrique"....nome do seu namorado.......saudades vó!

dona Beatriz:- professora do segundo ano primário....outra pessoa que nasceu para lecionar...ela era tão carinhosa comigo, eu adorava levar os cadernos com ela até a sua casa...lá chegando a mãe dela sempre me dava um pedaço de bolo...nossa voltei no tempo!

Maria da Penha e Maria do Carmo:- minhas amiguinhas...a Carmo ficava com a Dalva e a Penha comigo...quantas brincadeiras....uma vez a Penha fez muita bagunça lá em casa e no dia seguinte minha mãe não deixou ela entrar....ficando só a Carmo...não deu 10 minutos, ó ela tocando a campainha e dizendo pra minha mãe, que ...a mãe dela mandou um recado..."que onde cabe uma, cabe duas."....ahahahahah...elas eram topetudas.......

Cuquita:- outra amiguinha...ela imitava o Roni Von direitinho.....saudades!

nossa existe mais pessoas que fizeram a minha estória.....mas essas são as que mais saudades deixaram.....saudades boas.....

o dia da bebedeira.......

O colégio em que eu estudava, quase todo o mes fazia retiros espirituais...eu amava ir nesses retiros, pois íamos com o onibus da escola e íamos cantando musiquinhas bem leves, tipo..."sereno, eu caio eu caio, sereno daixa cair...sereno da madrugada não deixou meu bem dormir........"e quando não, íamos rezando o terço....ficávamos geralmente em um convento no interior....íamos de manhã e voltávamos a noitinha.....Quando entrei para o primeiro ano ginasial, entrou uma guria de apelido M....,ela era da pá virada, totalmente diferente de todas as minhas amiguinhas até então.....mas ela me fascinava justamente por isso......um dia as freiras resolveram fazer outro retiro e a M...... foi....como sempre eu levei minha coca-cola e minhas merendas.....só que a M...... levou na garrafa de coca, a famosa cuba-libre.....na hora do lanche, a M..... mandou eu tomar e assim fiz....só que pra mim o gosto foi horrível, pois eu nunca tinha tomado nada que não fosse coca, tubaina ou cerejinha....não quis tomar mais, e ela insistindo, até que meu estômago não aguentou e vomitei....aí a irmã C...... veio saber o porque que eu passei mal e, eu contei que tinha tomado uma bebida que a M..... tinha trazido, a irmã C.... pegou então a garrafa de cuba libre e entornou guela dentro , tudinho.....ah! não deu outra, ela ficou bem doidona....ela tirou o chapelão , levantou o hábito e saiu a dançar a dança do brucutu, juntamente com o motorista do ônibus....Nossa! foi o maior escândalo....e o pior de tudo que a guria mentiu que fui eu quem tinha levado a cuba-libre....e medrosa como sempre fui, não contestei, pois a M...... era o dobro em altura e largura...rsrsrsrsrs..... e depois com o passar do tempo, eu me sentia importante, quando alguém falava que eu tinha embebedado a freira....que tolice!......conclusão.....uns meses depois a freira deixou o convento e fugiu com o motorista ........nem vou contar o que aconteceu comigo, pois é totalmente previcível, sabendo quem era meu pai.....só sei que esta estória ficou famosa na minha família e na Penha.
Não coloquei o nome da guria , nem da irmã....por respeito as duas....

sexta-feira, 18 de abril de 2008

rua Mariquinha Viana

Meus pais tinham um amigo, o Sr.André, que era sacoleiro.....ele morava em Florianópolis, mas vinha vinha sempre para São Paulo comprar roupas, e ficava lá em casa....Meu pai ia sempre com ele fazer as benditas compras, e ficou achando que isso seria uma excelente saida para quando se aposentasse... Meus pais tinham uma casa na rua Mariquinha Viana, lá na Água Fria... zona norte.....aí meu pai teve a idéia, de derrubar a casa, e fazer um asobradado, embaixo seria uma loja de armarinhos e encima nossa residência....minha mãe adorou a idéia, e lá fomos nós conversar com os inquilinos.....e toca a fazer planos...quando meu pai se aposentou, ele chamou o seu André e os dois foram fazer compras.....meus Deus!, quantas roupas meu pai comprou....o guarda roupa da minha mãe ficou lotado, eram saias de tergal plisadas, conjuntos de banlon de todas as corres e tamanhos, blusas de gola volta olímpica, tudo útima moda.....caixas e mais caixas de linhas, alfinetes, botões...nossa tinha coisa.....e toca meu pai bolar os códicos para colocar os preços......só que....nem meu pai, nem minha mãe tinham tino comercial e muito menos sabiam vender...rsrsrsrsr....conclusão ficou tudo empatado.....e minha mãe vendia fiado para os vizinhos e não tinha coragem de cobrar...meu pai então deu metade das roupas para um parente lá de Lorena vender, e eu e minha irmã, ficamos com coleções de conjunto banlon e saias plisadas....fico só imaginando o prejuízo que meu pai teve....tadinho.....mas o sonho do armarinho ficou....um dia vou realizar o sonhos deles...e tenho certeza que comigo dará certo....porque? não sei....mas sei que dará certo.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

pensão 5 estrelas......

A nossa casa parecia uma pensão 5 estrelas, pois tanto os parentes do meu pai, como da minha mãe, quando vinham para São Paulo, era lá em casa que ficavam , e quando se instalavam, no mínimo ficavam era 1 mês...Uma vez o primo do meu pai, o Roberto, que era químico, veio do Rio para poder patentear um sabonete que ele fez...e para não fugir do esperado, ficou um bom tempo hospedado lá em casa.......só que ele sismou comigo, achando que eu era muito magra e pálida...um dia ele chegou para o meu pai e disse ......" ô Wilton, se voce não der um jeito, essa menina vai morrer tuberculosa, pois ela é muito fraca"...e com isso colocou na cabeça do meu pai, que precisaríamos fazer ginastica todos os dias.....então enquanto o Roberto estava lá...era um tal de nos acordar as 6 horas da manhã para fazer exercícios....meu pai muito do doido, um dia pegou o colchão da cama do meu irmão Jose Carlos, colocou no quintal e fazia a gente pular da janela do quarto...ah! foi aquela gritaria, nós subíamos as escadas correndo, pra ver quem seria o primeiro a pular....uma delícia!Hoje em dia, eu vejo que realmente existe anjo da guarda, porque só de lembrar eu estremeço.....que perigo meu Deus!e que doidera do meu pai e do seu primo Roberto.....

terça-feira, 15 de abril de 2008

domingos na Leopoldo Machado.....

Todos os domingos, íamos assistir a missa das crianças, as 8 horas da manhã,lá na capelinha de Santo Estevão....Minha mãe fazia questão que fôssemos muito bem arrumadinhas, então nós tínhamos um casquete ( isso é antigo, nossa!)um par de luvas de um tecido transparente e bem fininho(não sei o nome do tecido)um véu e um livrinho de catecismo com o terço....quando chegávamos na porta da capelinha, nós colocávamos o véu...só assim poderíamos entrar....o meu irmão caçula, o Dário,.ia com um shortes preto, com suspensório e uma blusinha branca, e, calçava a botinha quiker....nossa ele era lindo, lindo.....as perninhas dele faziam dobrinhas, ele tinha os olhos bem rasgados e o cabelo bem preto e bem liso, que minha mãe mandava cortar americano zero.Meu irmão mais velho, o Jose Carlos, quando chegávamos na capelinha, já se encontrava lá, pois ele era o coroinha......depois da missa, voltávamos para casa e tomávamos o café da manhã, aí eu e minha irmã Dalva, íamos para o asilo dos velhinhos , que ficava na rua atrás da nossa, e brincávamos com eles até a hora do almoço, eu lembro que muitas brigas eu tive com uma velhinha, pois divergíamos quanto as roupinhas a ser colocadas nas bonecas......depois do almoço, saíamos para passear...Uma vez por mês, minha mãe ia conosco, no sítio da minha tia, lá no Itaim Paulista...que naquele tempo era formado somente por sítios e chácaras,para não ficar muito pesado para irmã, ela levava pão, leite, bolo...e íamos felizes da vida, pois para chegar lá precisávamos pegar o trem suburbano....lá era tudo de bom, tínhamos espaço a vontade para correr e brincar....muitas vezes eu e a Dalva escalávamos um monte , que pra nós era enorme...e depois pra descer?rsrsrsrsrs....quando eu estava de bom humor e num rasgo de generosidade, ficava quietinha do lado do meu tio Rubens e assistia com ele o futebol...ele adora o Palestra Itália ( Palmeiras....mas pra ele, sempre seria o Palestra).....Meu irmão Jose Carlos e meu primo César, pegavam um tijolo cada um e ficavam irradiando o futebol...aí um gritava para o outro..." Fala Tabajara", bordão usado pelo Paulo Planê Buarque.....a noitinha voltávamos cansados mais felizes, e eu ficava na janelinha do trem, vendo as casas ao longe com suas luzinhas acesas.....e no ritmo cadenciado do trem, vinha sonhando de olhos abertos.......sonhando com a nova visita ao sítio, e já planejando mil brincadeiras com a minha irmã.....tempo bom aquele...que saudades!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A tv. e o meu pior pesadelo

Fomos a primeira família a ter uma tv na nossa rua, então minha casa era aberta a todos os vizinhos, como a nossa sala era pequena, as amigas da minha mãe tinham prioridade para assistir sentadas , enquanto que a molecada ficava espalhada pelo chão.Nossos programas favoritos eram o rintintin, a Lassie,cirquinho do Arrelia e a gincana kibon.,nesse programa as crianças iam cantar, dançar, declamar...era tudo de bom....Tinha uma menina em especial que dançava a música"Dança do fogo", ela tinha os cabelos pela cintura, e em dado momento ela ficava ajoelhada e rodava a cabeça, fazendo com que os cabelos ficassem girando...toda a vez que ela aparecia eu ficava impressionadíssima.
Um dia eu acordei com febre e quando tossi, saiu um pouco de sangue, minha mãe quando viu, correu chamar meu pai, que na hora mandou minha mãe me arrumar para levar-me no médico.Minha mãe então me vestiu com uma saia pregueada, uma blusinha branca com mangas curtas bufante e com o colarinho bordado com florzinhas...com um sapatinho de verniz tipo boneca e uma meia soquete, fui toda prosa de mão dada com meu pai no dr.Ricardo....este me examinando disse ao meu pai que o meu problema era a garganta muito inflamada, receitou uns remédios e tudo bem...só que eu fui piorando e peguei a tal da gripe asiática, fiquei muito ruim mesmo, pois tive também o tal de "glup"não sei ao certo o nome dessa doença, só sei que ela fecha a garganta e sufoca, e sei também que muitas pessoas morreram nesta época.Devido a febre constante, tive o meu pior pesadelo.......sonhei com a morte do jeito que a gente conhece, com foice e tudo, me tirava da cama e me enforcava na lâmpada do corredor que ia para o banheiro, enquanto eu não conseguia respirar eu escutava a música "dança do fogo" e via a menina dançando e virando a cabeça, com os cabelos girando também, quando ela parava de girar a cabeça e me olhava, não era a menina e sim a cara da morte em caveira....eu queria gritar mas não conseguia, foi terrível, e até hoje eu tremo de medo quando escuto essa bendita música, agora com 56 anos já consigo me controlar., mas antes eu fazia o maior berreiro, mesmo casada e mãe, eu chorava mesmo....Esse foi até hoje o meu pior pesadelo.

O SUSTO.....

Morei na rua Leopoldo Machado, até meus 11 anos.....depois disso fomos para a rua Esmael Dias....essa rua era cortada pela rua Guaiauna...nós morávamos na parte de baixo.....a rua Guaiauna era muito perigosa, pois era a ligação da Penha com os bairros da Vila Formosa, vila Matilde, e outros bairros que não lembro mais o nome......por isso ela tinha um transito muito violento, mesmo para aquela época.......pois bem, atravessando a rua, bem na esquina tinha um sobrado, a parte de baixo era um açougue e na parte de cima era a residência de uma família numerosa e as meninas caçulas eram nossas amigas.....Um dia o pai delas rolou a escada e morreu....e o velório foi na casa mesmo.....naquele tempo se cobria as janelas com panos pretos, colocavam castiçais enormes e geralmente o caixão ficava encima da mesa que era coberta por panos pretos e roxos....coisa horrorosa, credo...dava um medo sem tamanho..... mas mesmo assim, fomos ficar velando o pai das minhas amigas, quando derrepente a luz acabou....e o terço sendo puxado, só a luz de velas...quando sem mais nem menos, o defunto levanta e começa a gritar..." o que é isso? o que é isso?"...nossa, que gritaria que foi, todos sem excessão sairam correndo da casa, eu nem vi como atravessei a rua guaiauna, com todo o seu transito.....só sei que fui gritando pra baixo da cama da minha mãe, e lá fiquei por um bom tempo, sem parar de gritar.....nunca senti tanto medo em toda a minha vida.....coitado do homem....mas quando lembro do acontecido, não consigo parar de rir....agora é gozado, mas no dia......que pavor!

domingo, 13 de abril de 2008

Florianópolis, ilha de encanto e magia.

Quando eu tinha 8 anos, portanto em 1959, minha mãe decidiu que já era tempo de ir para Florianópolis, mostrar seus filhos e matar as saudades das irmãs que moravam lá....ficou então decidido que, iríamos até Curitiba, passaríamos uns dias com minha tia Neném, irmã mais velha da minha mãe, e depois todos rumariam para Floripa....Meu pai então, comprou as passagens para a meia noite....no dia da viagem, fomos para a estação rodoviária as 6 horas da tarde..rsrsrsrs...medo que meu pai tinha que perdêssemos o onibus.....ah!foi uma delícia, pois corríamos feitos doidos pela estação...tudo era novidade.....
chegamos em Curitiba, conhecemos nossos primos Andyara e Cidinho, netos da minha tia nenem, passeamos pelos pontos turíscos da cidade, e uma semana depois toca pegar o onibus pra Floripa.....um pouco depois da metade da viagem, vimos o mar pela primeira vez na vida......meu Deus! que gritaria fizemos dentro do onibus, que emoção...eu queria porque queria que minha mãe parasse o onibus, para eu poder ir até o mar....como se fosse possível....Quando chegamos na estação de Floripa, minha mãe alugou um carro para levarmos até o Rio Tavares, onde era o sítio dos pais dela...nossa que choque!pois não havia eletricidade, a casa era de chão batido e não havia banheiro......eu muito da chorona, não queria ficar lá de jeito nenhum, queria voltar pra minha casa...mas chorei tanto, mas tanto, que minha mãe resolveu ir para a Lagoa da Conceição, na casa de sua irmã Minga.......Lá conheci minha prima Olinda, filha da minha tia.....que maravilha.....a lagoa naquele tempo era só de pequenas chácaras, e quase todas eram de primos da minha mãe....a chácara da minha tia dava de fundos com as dunas, e eu a minha irmã Dalva, meu irmão Dário e a Olinda..íamos andando por elas até chegar no mar grosso, hoje em dia conhecido como Joaquina....nas dunas nós comíamos gabiroba, uma frutinha deliciosa, que nunca mais vi.....lá no mar grosso, pegávamos berbigão, que minha tia fazia sopa...uma delícia!na volta passávamos pela roça e meu tio pegava uma melancia e cortava para nós.....lá eu comi uma melancia amarela.....que ninguém acredita ser verdade......brincávamos a vontade na lagoa, calminha, calminha....a noite, meus primos, tios e amigos deles, iam para a lagoa pegar siri...nós ficávamos na beira da praia vendo os barquinhos com suas lamparinas acesas...lindo, lindo, lindo.....e na volta para casa, não precisavámos de luz, pois a lua cheia e as estrelas iluminavam o caminho...íamos contentes caminho afora, escutando o barulho dos sapinhos.....
Um dia estávamos tomando o café da manhã, quando escutamos uma cantoria na porta da casa....saímos correndo para ver o que era....e vi pela primeira vez na minha vida, a folia de reis.....eles cantaram , cantaram e depois entraram na casa da tia Minga, para abençoar.....
Minha tia e minha prima, assim como todas as mulheres da lagoa faziam rendas de bilro...umas mais lindas que as outras......
Hoje quando vou a Floripa, sinto um aperto no meu coração, pois a especulação imobiliária, destruiu a minha amada Lagoa da Conceição......a praia está totalmente poluida, pois os esgotos das mansões e hotéis, sujam e poluem aquelas águas clarinhas de antigamente.......
Que saudades de Floripa, mas saudades daquela Floripa de 1959, onde tudo era encanto e magia.......

sábado, 12 de abril de 2008

santa ingenuidade.....

Como qualquer casal normal, meus pais vira e mexe brigavam..... meu pai era militar e tinha de cumprir turnos...nessas ocasiões então, quando ele voltava para casa, chamava minha mãe, olhava para nós e dizia o seguinte....." eu e sua mãe, vamos procurar uns documentos no quarto....fiquem quietinhos e não batam lá....."...eu na minha ingenuidade, ficava morrendo de medo que eles não achassem os benditos documentos e com isso voltassem a brigar...então carola do jeito que eu era, ajoelhava e começava a rezar, pedindo pra Nossa Senhora da Penha, que fizesse eles acharem logo os documentos.....quando eles saiam do quarto com "aquele " sorriso de felicidades, eu agradecia a graça alcançada...e foi assim por muitos anos.....quando eu era mocinha, não me ajoelhava, mas ficava em oração......O tempo passou., eu casei e, quando tive meu primeiro filho, o Ricardo, tive também depressão pós parto.....e era aquele chororô......um dia quando estava amamentando o Caco, comecei a chorar e, quando estamos depremidas só vem coisas ruins na mente.... então lembrei das brigas dos meus pais e lembrei também que logo sem seguida eles iam procurar os benditos documentos......tava eu chorando feito uma condenada, quando assim...sem mais nem aquela...a ficha caiu......e eu comecei a rir...e ri tanto mais tanto, que minha sogra a dona Ines veio saber o que estava acontecendo.......como eu poderia falar pra ela que somente com 25 anos é que fui me tocar da sexualidade dos meus pais?conclusão...acabou a depressão....mas até hoje, tremo nas bases, quando tenho que procurar algum documento.....sei lá...o trauma ficou...rsrsrsrsrsrsrsrs

essa "arte", foi minha irmã quem fez.......

Todo o mês, quando meu pai recebia o salário, ele e minha mãe, pagavam as contas e guardavam o restante dentro de um canudo de diploma dele......para poder ir retirando aos poucos e com isso utilizá-lo nas despesas do dia a dia....Em uma sexta feira, meu pai recebeu o salário e guardou-o dentro do canudo , para na segunda feira pagar as contas do mes.....no sábado minha mãe e minha madrinha a dona Benedita, estavam conversando no portão de casa, a tardinha, como era costume naquela época...quando o assunto foi a caristia...minha mãe então falou pra dona Benedita, que não aguentava mais, pois estava difícil o dinheiro durar até o final do mês.......e as duas a reclamar da falta de grana....... e a Dalva alí do lado sapeando a conversa....na ingenuidade de criança, ficou morrendo de dó da mãe....e teve a feliz idéia....fazer uma surpresa para a dona Marocas......foi até quarto, pegou todo o dinheiro, saiu pra rua...e foi escondê-lo....aí vira e mexe ela corria até a minha mãe gritando...".mãe olha só o que eu achei"...quando minha mãe viu o dinheiro ficou feliz da vida....e assim foi...uma duas...três vezes....minha mãe de tão contente na quarta vez que a Dalva achou o dinheiro, não teve dúvidas, dividiu com a dona Benedita....e hiper feliz, foi guardá-lo no canudo....quando ela viu o dito cujo encima da cama e sem um tostão.......aí caiu a ficha...minha mãe desceu as escadas correndo, chamou a Dalva e deu um senhora prensa nela....e esta contou que pegou todo o dinheiro e escondeu......toca a minha mãe e a dona Benedita correndo atrás da Dalva, para pegar o restante do dinheiro.....infelizmente boa parte sumiu......ô surra que a Dalva levou...tadinha......aí meu pai não teve dúvidas...comprou um cofre, que ficou na família por muitos anos.....

sexta-feira, 11 de abril de 2008

o dia em que a panela de pressão explodiu....

Quando mudamos para São Paulo e fomos morar na Leopoldo Machado, lá na Penha, o fogão da minha mãe era a carvão......então meu pai comprou um fogão esmaltado branco e comprou também um conjunto de panelas rochedo e uma panela de pressão, novidade pra época....Minha mãe resolveu então, para estrear o fogão e a panela de pressão, resolveu fazer bucho......Não sei se ela colocou muita água ou muito bucho...só que que, ficamos em volta do fogão, maravilhados vendo a panela fazer.....tchú..tchú...tchú....até que, a dita cuja explode e pula para o chão.....conforme nós corríamos para o quintal, a panela ia atrás ( talvez devido ao vácuo que se formou...não sei...)só sei que ela corria atrás da gente soltando bucho por todos os lados....foi a maior gritaria do mundo.....só fico imaginando o susto da minha mãe e a sujeira que ela teve que limpar.....ahahahahahahah

MINEIRO....NOSSO AMIGO


Como meu pai não gostava e não tinha paciencia para dirigir, e meu irmão mais velho o Jose Carlos ainda era menor, ele resolveu então, colocar a nossa disposição, o guarda civil "Mineiro"( não lembro o nome dele), que nas horas vagas fazia bico de motorista.
Nessa época nós tínhamos um jeep aero-willis bernardão....e o Mineiro levava a gente para Lorena, Piquet, Queluz, Aparecida do Norte, Guará.....e com isso formou-se uma afinidade com ele......um dia minha mãe perguntou ao Mineiro se ele era casado, e ele disse que sim e que tinha dois filhos da mesma idade nossa.....foi a conta, minha mãe então pediu ao Mineiro que trouxesse a esposa e os filhos para irem conosco até Santos.....quando as duas mulheres se encontraram uma gostou da outra assim...de estalo....e aí começou os melhores momentos das nossas vidas......nós éramos os famosos farofeiros.....quase todos os domingos íamos para a praia....e era um tal de galinha assada com farofa pra cá, um tal de bife a milaneza pra lá.......percorríamos quase todo o litoral....era Peroíbe, Bertioga...nossa como brincávamos, como éramos felizes......aproveitávamos o mar na sua totalidade...quando saíamos da água, nossos dedos estavam enrrugados...rsrsrsrsrsrsr...íamos cantando e voltávamos cantando e brincando.....tudo isso só acabou, quando meu irmão fez 18 anos e meu pai deu pra ele um gordine III...zerinho, zerinho......
Infelizmente não consigo lembrar o nome deles, mas trago-os guardados dentro do meu coração.....pois o Mineiro não foi nosso motorista....foi sim nosso amigo, que proporcionou a minha mãe e a nós, momentos felizes juntamente com sua família.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

coisas de criança arteira

Eu fui uma criança muito, mas muito levada e arteira, as vezes fico com dó da minha mãe.....A minha madrinha, dona Benedita, tinha um filho, o Jomar, que era muito mais arteiro que eu....quando juntava Jurema e Jomar, as casas tremiam.....pois nós aprontávamos tudo e mais alguma coisa.....um dia o Jomar teve a idéia de brincarmos de pirata....ele fez o chapéu, pegamos um pedaço de madeira, e saíamos cantando o pirata da perna de pau.....tudo tranquilo.....até que o Jomar ou eu, não lembro bem, teve a feliz idéia de enterrarmos um tesouro...naquela época o chá mate vinha numa caixinha de madeira...foi a conta....entrei em casa, tirei o chá da caixinha, peguei o colar e os brincos de pérola da minha mãe e fui toda feliz mostrar pro Jomar.....ele por sua vez, fez o mesmo, foi na casa dele (que era do lado da minha)pegou todas as jóias da dona Benedita e da Isaura( irmã mais velha dele), colocou na caixinha e saimos pra rua, felizes da vida, pois tínhamos um tesouro...cantando em plenos pulmões fomos pela rua fora e enterramos a caixinha no meio da rua....(naquele tempo poucas ruas eram asfaltadas)...e continuamos a brincar....e esquecemos do tesouro....passou um tempo, minha mãe e a dona Benedita deram falta das jóias....e agora pra falar que enterremos?...a coisa ficou negra pro nosso lado, pois nós e nossas mães esburacamos praticamente toda a rua e...nada!.....ô surra que levamos....quando minha mãe cansava de bater em mim, ela trocava com a dona Benedita...ahahahahahahahah.....acho que alguém viu a nossa brincadeira e roubou a caixinha.....talvez seja por isso a minha fixação por pérolas...ahahahahahah.....

Algo de sobrenatural aconteceu comigo




como sou diabética, meus meninos sempre me dão presentes na Páscoa.A firma em que o Fábio trabalha, fechou ontem e só abrirá na segunda-feira.....então, hoje ele me levou até o shopping para eu poder escolher meu presente, fomos de carro, porque o kaka saiu com a moto......lá chegando escolhi uma blusa bordô, muito bonita e comprei também umas calçinhas de algodão,,,,em tons bem clarinhos com uma florzinhas...bem delicadinhos....nesse meio tempo caiu o maior toró...como o Binho não queria perder a faculdade, resolvemos sair com chuva mesmo.....e pra variar o transito ficou congestionado.....aí, resolvi olhar minhas compras....quando peguei as calçinhas, lembrei da minha tia-avó Chiquita...e começei a contar para o Binho como ela era...que todas as camisolas e combinações dela , eram do mesmo tecido e da mesma estampa das minhas calçinhas..falei pra ele que ela cheirava alfazema....e o Binho olhando pra mim...e a chuva caindo..e o vidro do carro ficando embaçado....nisso eu disse.....-ai tia que saudades, aonde a senhora está , fique em paz.....nisso o Binho olhou pra frente e disse espantado......-eita mae!olha só isso!........quando levantei os olhos, ví no vidro do carro um sorriso estampado nele.....bem grande,......me arrepiei toda e disse pro Fábio, só pode ser a tia Chiquita.....ela realmente está em paz.....estou feliz.....
a verdade é uma só....existe mais mistérios entre o céu e a terra , do que julga nossa vã filosofia....

saudades de um tempo feliz

domingo maravilhoso...choveu a noite toda e hoje, a chuva está caindo constante, penetrando na terra sedenta...saciando a sede das plantas e dando um alento ao nosso coração.....pois esse tempo, assim chuvoso e friorento nos leva de volta a infancia amada, quando sem podermos sair na rua para brincar, ficávamos em volta da mãe..e esta, sempre com uma estorinha para nos contar....e quando não, ficávamos brincando de casinha, até dormirmos no chão mesmo, devido ao ritmo da chuva cadenciado que parecia um agente tranquilizador...amo todas as estações do ano, mas um dia assim, pra mim é especial.....a terra molhada tem gostinho e cheirinho de saudades....
saudades de uma infancia tranquila, lá na Penha.....onde todos os sábados ficávamos assistindo a luta livre e depois a mãe dava um pedacinho só de bolo, pois tínhamos que ficar em jejum, para podermos comungar no domingo......ah!saudades!..
.saudades gostosa....saudades boa.....saudades de um tempo mágico, em que realmente acreditávamos no papai noel.....que podíamos ir sozinhas para a escola, sem medo de sermos atacadas por malfeitores......saudades das brincadeiras em grupo, na rua em que morávamos.....esconde-esconde.....caracol.....lençinho atráz.....pula corda...peteca.....amarelinha.....e quando formávamos uma roda imensa? ah! hoje não existe mais.....que pena!
domingo maravilhoso, que me transportou ao mundo mágico da saudades..

PARA O BETO, QUE FOI PARA OUTRA DIMENSÃO


Quando eu tinha 12 anos, meu pai foi para Floripa a passeio, e lá viu um priminho meu, com apenas 1 ano e meio ,que tinha acabado de ter poliomielite e em consequencia as perninhas dele ficaram atrofiadas......meu pai então, trouxe o Betinho para São Paulo...ver se conseguiria reverter o problemão na AACD....mas ele era tão lindo, tão fofo, tão meigo....que nos pegamos de amor por ele...e ele passou daquele dia em diante ser nosso irmão.....
Para ele, eu era a Tatainha...ou bugudinha.....nós éramos super agarrados...eu brincava de casinha e ele era meu filhinho.....
Cresci, namorei o kaka e um dia antes do meu casamento, ganhei de presente um cortador de frios semi-´profissional..como estava na correria, não deu tempo de levar o presente pro meu apê....e o Beto olhando...aí eu disse a ele para não mexer, pois era muito afiado....passou...no dia seguinte...olha o Betinho com febrão..eu tinha que ir na cabelereira arrumar o cabelo para colocar o arranjo...mas antes de ir, fui dar um beijinho no Beto....quando vi que a febre tinha aumentado violentamente....chamei minha mãe e fomos colocá-lo no chuveiro, quando vimos que ele estava sem o topo do dedo.....ele foi mexer no cortador e se machucou, com medo ficou quietinho.....conclusão, casei sem ir fazer meu cabelo...pois tivemos que sair correndo com ele para o pronto socorro......

Já faz 21 anos que ele foi para outra dimensão...mas o amor por ele continua.....Beto que saudades de voce meu irmão amado.......

domingo no zoo......

Que saudades que eu tenho dos meus filhotes pequenos, eu me lembro que arrumava uma mochila com comida ,coca-cola ,água e saía cedinho com eles e ia ao zoo, e ficava o dia inteiro, eles brincavam com liberdade total, quando voltávamos para casa eles vinham tão sujinhos e tão cansados que era só dar banho e eles dormiam feitos uns anjinhos....no dia seguinte, era aquele auê...um querendo falar mais que o outro...o pescoço da girafa media mais o menos uns 1000 metros, na visão do Raul......o Caco queria por que queria montar um formigueiro maior que a do zoo.....e o Binho chorava com medo da boca do jacaré......tenho um monte de fotos deles lá....foram momentos inesquecíveis.....onde a união com a natureza e com meus filhos eram constante.....Hoje homens feitos cuidado de suas vidas, estão distantes.....mas como dia um velho ditado.........."Longe dos olhos, mas perto do coração"

hoje eu tô que tô.....cheia de saudades.....


Fiquei lembrando dos famosos bailinhos de garagem, aos sábados, que terminavam exatamente as 10 horas da noite...com a famosa música do Roberto.." a garota do baile".....

O baile vai terminar e a última dança
A última dança já vai começar
Ela entende o meu olhar
Dispensou a multidão e eu pude então
Eu pude, então, com ela dançar .........

e todo o domingo, nos reuníamos em casa, mais ou menos, umas 10 gurias....e ficávamos dançando o twist e o hally-gally....nossa era uma delícia...todas com passos marcados dançando, e geralmente com a música da Wanderléia...." não vá baby, não vá bay..meu amorzinho..não vá baby......."ficávamos dançando até a hora da jovem guarda...aí íamos pra frente da tv, assistir o programa...e sempre dançando.....que alegria!...depois disso vinha o seriado "perdido no espaço.....ô tempo bom!que saudades!...e depois de algum tempinho, chegou o programa do pequeno príncipe, o Ronny Von......aí era delírio geral.......tínhamos uma amiga, a Vera Lúcia, mais conhecida como "cuquita", que imitava o Ronny Von direitinho, e o engraçado, é que ela ficava parecidíssima com ele, o mesmo corte de cabelo, o mesmo jeitinho de jogar a franja pra trás.........que saudades!tempinho bom aquele.....

vou contar uma saudades do meu tempo de moça


Eu sou do tempo, em que bailes, eram só os pró-formaturas no quintal das casas e assim mesmo as mães acompanhavam as filhas e ficavam de olho como dançávamos.....pois bem, na formatura da minha irmã Dalva, todos os colégios da Penha resolveram fazer um pic-nic monstro lá em Valinhos, mais propriamente na fonte Sonia.....assim cada colégio tiraria a sua parte e haveria a integração alunos-escolas.....de tanto nós imploramos para meu pai, finalmente ele consentiu que fôssemos....que alegria...andei a cavalo...brinquei a vontade.....quando chegou lá pelas 5 horas da tarde, o clube que nós fomos fez um baile....aí eu e minha irmã ficamos nessa...vamos, não vamos...até que ela decidiu que sim, e lá fomos nós....o salão de baile era abaixo do nível...e quando entrei, ví a orquestra e o cantor , meu coração parou de emoção...eu nunca tinha visto um salão de baile....nunca tinha visto moças de vestidos longos....(eu tinha só 14 anos)...nossa que emoção! a música que estava tocando era "Ti voglio tanto bene", pois naquela época o que imperava eram as músicas italianas.....e ainda hoje quando escuto esta música, volto ao tempo...e me vejo parada na porta do salão assim, paralizada, com as pernas tremendo.....e as vezes fico pensando, graças a Deus que meu pai era rígido conosco, pois assim podemos lembrar momentos lindos de verdade.....momentos puros, momentos que podemos relembrar sem ficar incomodada.........

quarta-feira, 9 de abril de 2008

saudades

SAUDADES!!!!...

"Hoje acordei assim...assim...meia nostálgica...relembrando a época em que meus meninos acordavam e saiam a procura dos ninhos.... um dia antes, que sujeira nós fazíamos! espalhávamos palha pela casa toda, deixavamos cenoura e folhinhas de alface,...e quando eles iam dormir, eu e o kaka, fazíamos os ninhos com as palhas e as pegadinhas de patinhas com talco.......e quando eles achavam os ninhos então? era uma alegria....o Raul toda a vez, achava que tinha visto o coelho...e o Binho com as estórias do Raul, chorava...(o Raulzinho, sempre teve uma imaginação fértil...tanto é fertil, que hoje em dia ele é escritor)...depois era a reunião de primos, tias, avós......e eu com o umbigo no fogão, feliz da vida.....agora, é a sensação de dever cumprido, mas com aquele aperto no coração.....saudades de uma época feliz.....mas distante......e por estas lembranças felizes desejo do fundo do meu coração um excelente domingo de Páscoa a todos.....

depoimento que fiz na comunidade da Bia

quero contar para voces um momento que aconteceu hoje.......
Toda a quarta-feira vou ao médico...hoje passando pela rua coronel lisboa, na vila clementina, bem em frente a num pet shop e veterinário...ví uma jabuticabeira carregadinha...isso na calçada...como sou muito ligada em jabuticaba, pois me lembra infância...parei e fiquei admirando a arvorezinha...nisso, passa uma mãe com um menino especial, de mais ou menos uns 15 anos...como ela me viu parada olhando a árvore, ela parou também e mostrou ao menino......ele olhou, olhou, olhou....e depois largou a mão da mãe, foi até a árvore , abraçou-a e beijando-a ,disse o seguinte.....ai que linda que voce está com essa roupa "velde"......estou até agora com um nó na garganta.....foi um momento especial.....obrigada Senhor, por me proporcionar um momento tão lindo!

sobre o perdão...eis o que penso.......


vamos ver se consigo me fazer entender.....
A Deus é dado o poder da vida, da morte e do perdão.
Ao homem é dado a OBRIGAÇÃO da evolução espiritual, para poder compreender o seu semelhante......
Vejamos:- todos nós temos nossas limitações,(tanto espirituais, como intelectuais)TEMOS NOSSOS MEDOS, TRAUMAS ETC...ETC...ETC...Será que as vezes, sem querer não invadimos o limite do próximo, e, este por pura defesa nos agride violentamente?...então, não nos cabe perdoar a quem "OFENDEMOS", por isso eu digo que, quanto mais nos evoluirmos espiriutalmente, mais amigos faremos na terra.

resolvi.....

resolvi, que colocarei aqui, todos os depoimentos que fiz nas comunidades que pertenço, ou pertencia......são textos simples, mas que muitas vezes falam um pouco de como sou, das minhas saudades...os meus pensamentos enfim......
vou procurá-los.......

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Começo do meu blog.

Quero neste blog colocar minhas lembranças....todos os momentos felizes que passei na infancia e adolescência......como é meu primeiro blog, ainda estou fazendo testes......mais tarde colocarei as minhas saudades..