quarta-feira, 23 de julho de 2008

A bicicleta

Em um natal que não consigo lembrar o ano,meu irmão Dário ganhou de presente um velocípede.....o brinquedo era assim.....tinha uma roda grande na frente, com duas pequenas laterias....e entre as rodinhas tinha uma espécie estribo emborrachado....o velocípede era lindo......como morávamos em uma ladeira, e o Darinho era pequeno, minha mãe então obrigava eu e a Dalva irmos com ele na rua Omachá...assim ele poderia pedalar sossegado...e assim fazíamos....íamos pela Omachá, virávamos na rua dona Vicentina Alegretti...e voltávamos....pois a Pedro Alegretti, era uma ladeira bem acentuada até a esquina da Leopoldo Machado......
Um dia, a Dalva tinha que fazer um trabalho escolar e eu realmente não estava com paciência para ficar com o Darinho, e ele chorando que queria pedalar...só que pelo olhar que minha mãe me lançou, fui correndo levar meu irmãozinho para andar no seu velocípedes....e fizemos o mesmo caminho.....quando chegamos na esquina da rua dona Vicentina com a pedro alegretti.....olhei...olhei ...e tive uma idéia.....peguei meu irmão fiz ele ficar em pé no estribo ,sentei no velocípedes e descemos com tudo..............que delícia!...descobri a pólvora......fui correndo chamar a Dalva e o Jomar para ver a minha mais nova invenção em matéria de brincadeira......e a partir daí o Darinho foi relegado a segundo plano...pois fingíamos que íamos levar o coitadinho para pedalar e... ó nós descendo a ladeira a mil por hora.......a folia só terminou quando um vizinho foi contar para minha mãe a barbaridade que estávamos fazendo....mas criança vê perigo em brincadeiras?
Ficamos injuriados quando minha mãe guardou o velocípedes , o Dario a partir daquele dia só pedalava quando minha mãe tinha um tempinho pra ficar com ele na Omachá....tadinho!.....

Mas deixa estar, que com isso ficou a vontade de ter uma bicicleta.....mas só fui ter minha magrela com meus 13 anos....ela também era linda....azul..... aro 21.....a partir daí, eu ganhava o mundo da rua com ela.....
Meu pai ganhou de um amigo um radinho speker que tinha fone de ouvido......novidade na época, pois era importado....e eu tomei posse desse radinho.....um dia, fiz um colarzinho de tricô e coloquei meu radinho dentro....subi na magrela e fui embora pedalando e escutando minhas músicas favoritas...( acho que fui a precurssora do Walkman aqui no Brasil...rsrsrsrsrsrsr)...nessa época nós morávamos na Esmael Dias.....então o que fiz.....entrei na rua guaiauna...subi a rua Recife, entrei na rua general Sócrates,.fui pela rua do correio( não lembro o nome) e com isso cheguei até a av.Amador Bueno da Veiga.....e fui embora, no embalo das pedaladas e das músicas ...e foi passando o cemitério da Penha, o Grupo escolar Barão de Ramalho...a rua leopoldo machado...e eu pedalando....esquecida do mundo....quando dei por mim, estava na Vila Ré....perto da casa da meu primo César...ele tinha acabado de casar com a Rose.....aí não tive dúvidas, fui até a casa dele...quando minha tia nenem me viu por lá....ficou hiper nervosa.....pois eu estava completamente suada e cansada....e longe....muito longe de casa....e levei uns tapas dela....rsrsrsrsrs....ô dó!....aí não teve jeito....tive que voltar de ônibus com ela, enquanto que o César só traria a bike no sábado seguinte.....quando ele estaria de folga no serviço......
Quando mudamos para o apê no centro, dei minha bicicleta, pois não tinha mais onde andar...uma pena, pois era um dos meus passatempos favoritos....

Um comentário:

Dani Rollemberg & Rosa Benvenga disse...

Que linda história, Jujú.
Ser criança é uma delícia. Ainda mais em um tempo onde não existia tamanha violência como há hoje. As crianças podiam pedalar e brincar sossegadas nas ruas.
Ainda peguei um pouco desse tempo de tranquilidade, mas infelizmente a minha filha, que tem 8 anos, vai viver em um mundo diferente.
Vou passar sempre por aqui.
Bjs mil