sexta-feira, 20 de junho de 2008

Uma criança arteira

Minha mãe sempre falou que comecei a fazer "artes " bem novinha....nasci sendo sapeca, pois até pra nascer fui diferente.....fiquei com o cordão umbilical enrolado no pescoço e por um triz, não fui embora ...mas como sempre fui teimosa... olha eu aqui...rsrsrsrsr
Quando meu irmão Dário nasceu, depois de ter levado uns tapas do meu pai, por entrar no quarto da minha mãe e quase presenciar o nascimento...passei a mão na bunda para espalhar a dor, fui na cozinha, peguei uma coxa de galinha assada e dei pro Darinho comer.....e ele ficou com o rostinho todo lambuzado de gordura, isso com horas de vida.....( o gozado é que meu filho Ricardo, fez a mesma coisa com o Raulzinho, quando cheguei da maternidade....é a história se repetindo....rsrsrsrsrs).
Mas a "arte" mais séria que fiz quando pequena, foi quando eu tinha 2 para 3 anos....eu realmente não lembro, mas meus pais sempre contavam.....vamos a ela....
Meu pai adorava música e tinha uma coleção maravilhosa de discos de vinil....eram discos da Dalva de Oliveira, Nelson Gonçalves, Francisco Alves, Ivon Cury, Orlando Silva...nossa ele tinha uma senhora coleção...e quando ele escutava-os, pegava uma vez eu, outra vez a Dalva no colo e saia dançando pela sala...e sempre foi assim.....quando éramos mocinhas ele dançava uma valzinha com letra que ele inventou., com nossos apelidos.....esse era meu pai......
A rádio vitrola ficava na nossa sala de visitas...ela parecia um buffet...de um lado tinha o rádio, do outro a vitrola e em uma parte ficava a coleção de discos.....
Minha mãe contava que um dia meu pai ficou escutando os benditos discos e dançando comigo e com a Dalva, quando deu a hora de ele sair para trabalhar....então ele guardou todos os discos nas capas e foi tomar banho...(ele era hiper cuidadoso com os discos dele), mas deixa estar, que a dona Jurema, queria mais folia...e aproveitando que estava sozinha na sala, tirou todos os discos do buffet, colocando-os no chão....mas como eu era praticamente um bebe, não tinha noção de como se fazia para sair a música do discos, sabia que era atravez deles que se ouvia e se "dançava"...então o que fiz....espalhei os discos no chão e fiquei pisando em cima deles, dançando....rsrsrsrsrsrsr...
Minha mãe percebendo que eu estava muito quietinha, foi averiguar o que estava acontecendo....e.... quando ela viu, diz que colocou as maõs na cabeça e começou a gritar....Wilton, Wilton do céu! venha ver o que a "Lema" fez.....(minha mãe só me chamava assim...Lema)...diz a minha mãe, que meu pai escutando a voz de desespero dela, saiu correndo pelado do banho...rsrsrsrsrs...e que quando viu o estrago que eu tinha feito, chorou feito criança....rsrsrsrsrsrsrsr....ô dó!
Não sei se fui repreendida ou não, pois isso eles nunca contaram.......só sei que a partir daquele dia, a rádio vitrola do meu pai, era território proibido . Quando eu e a Dalva ficamos mocinhas , meu pai comprou para nós uma vitrola portátil, assim poderíamos escutar nossos discos sossegadas e com isso, a radio vitrola dele ficava preservada....lembro que nossa vitrola era na cor azul....e que o primeiro compacto simples que eu comprei, foi o do Bob Solo...não lembro o nome da música, só sei que esta música foi um tremendo sucesso, pois o Bob Solo ganhou o primeiro lugar com ela, no festival de San Remo .....a letra era assim....."se canta, se ridi, eu rido con te, per que tu vai parte de me"...........e eu encapei com um plástico transparente vermelho...este disco só foi extraviado quando minha mãe voltou a morar em Florianópolis..........
Nossa, adoro escrever neste blog, pois volto no tempo......graças a Deus, tenho mais lembranças alegres do que tristes......

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