terça-feira, 10 de junho de 2008

Casemiro de Abreu

Até meus 14 anos, achava que queria ser freira, quando uma professora de portugues, mandou a classe fazer um trabalho sobre o poeta Casemiro de Abreu.....foi a conta.... lendo as poesias, o romantismo aflorou na Jurema e fiquei perdidamente apaixonada pelo poeta, a noite chorava porque ele não era do meu tempo e assim eu não poderia casar com ele, então fazia cadernos e mais cadernos de trovas e poesias, eu amava ler as poesias de J.G. de Araújo Jorge, sem contar é claro Casemiro de Abreu.
Nessa época morávamos na rua Esmael Dias, segunda travessa da rua guaiauna, e nesta rua morava uma velhinha que todos os sábados montava uma banca de revistas usadas...e ela trocava 2 por 1..... a senhorinha montava a banca dela assim....um montinho de cada revista....era uma maravilha, pois adorávamos ler e íamos todos os sábados lá, trocar e comprar revistas...líamos muito, o Saci Pererê, Luluzinha, Bolinha,Mandrake,Tio Patinhas, Pato Donald, Fantasma, gasparzinho, homem aranha, capitão américa...............e as revistas...Lili e Suely.....a revista Lili contava a estória de duas modelos, uma loira e uma morena, que viviam brigando e a Suely, contava a estória de uma menina e sua família...ela tinha dois irmãos mais velhos, um rapaz e uma moça, e um casal de irmãos gêmeos........eu adorava estas duas revistas, pois sempre no final tinha uma estorinha de amor bem água com açúcar...próprio para meninas-moças......uma vez não lembro em qual delas, li a estorinha de uma moça cega, que um dia ficou sentada com um vestido bem rodado e branco, em um parque, nisso veio um rapaz lindíssimo se apaixonou por ela ,assim a primeira vista, chegou perto, roubou-lhe um beijo, e como milagre a moça voltou a enxergar e eles casaram e foram felizes para sempre.................Quando li essa estória fiquei maravilhada e queria porque queria um vestido igual e queria ficar sentada na grama para meu principe encantado me ver..........oras, eu ainda tinha meu vestido de primeira comunhão, e então fiquei atazanando a minha mãe para ela cortar o vestido, e assim eu teria um vestido bem rodado e branco.....depois de muita insistencia minha, minha mãe ajeitou o vestido para mim.............aí foi outra luta para ela me levar ao Ibirapuera...tanto insisti, que um dia olha nós lá.....enquanto meus irmãos brincavam soltos pelo parque...eu sentei na grama, fiz com que o vestido ficasse bem espalhado em minha volta, peguei um livro..e....fiquei dura feito uma estátua esperando o bendito príncipe encantado......e nada...e eu cansada e querendo brincar...e olhando pelo rabo do olho , se o principe estava chegando...e nada.....aí a Dalva chegou perto e disse que precisava que eu ficasse com ela no rema-rema......ah! foi a conta....o principe não chegava mesmo...então larguei o livro e saí correndo para brincar com a Dalva., voltei pra casa com o vestido marron de tanto que me esbaldei nos brinquedos.....ahahahahahah..
.porque apesar de sermos duas adolescentes, demoramos muito a tomar consciencia desse fato, e brincávamos como crianças.......
Só fui realmente encontrar meu príncipe encantado com 22 anos, e com ele estou casada até hoje......

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