quinta-feira, 19 de junho de 2008

A injustiça ou a grande mentira

Minha vida foi pautada pelo exagero......sabe dessas crianças e adolescente exagerada em tudo? assim era eu....criança e adolescente observadora, nada escapava a minha volta...então quando eu ia contar alguma novidade eu gesticulava, falava alto e para dar maior ênfase na estória aumentava.....sabe aquela estória...quem conta um conto aumenta um ponto?...mas eu não fazia por maldade e sim para realmente dar ênfase no que eu queria contar.....sem contar que eu fazia amizade com todo mundo, por onde a Jurema passava, ia cumprimentando as pessoas....meu pai dizia que eu era o próprio cachorrinho vira-lata...e ria alto, falava alto e......era hiper levada...põe levada nisso...fiz coisas do arco da velha, tenho certeza que muitos dos cabelos brancos da minha mãe foi por minha causa...rsrsrsrsrsrs....mas eu era alegre, meiga, beijoqueira e carinhosa , criança e adolescente que tinha paciência de ficar com as pessoas mais velhas escutando suas estórias, e era também muito religiosa, desde pequena vivenciava a minha religião, cheguei ao grau máximo na cruzada infantil, na escola minha nota em religião era sempre 100 e até medalha por ser a primeira aluna de religião da escola eu ganhei e ainda a tenho guardada no meu baú de lembranças , depois na adolescência fui filha de Maria.... com isso, eu era a queridinha das famílias....tanto do meu pai como da minha mãe....uma vez minhas tias de Lorena, chegaram a discutir por minha causa...pois as duas queriam que eu ficasse na casa delas ao mesmo tempo.....rsrsrsrsr...mas esta personalidade diferente também me causou muitos aborrecimentos ao longo da minha vida...algumas pessoas me chamavam de aparecida...e por vezes me culpavam de algo que eu não tinha feito...era mais fácil culpar a exagerada e a levada....e como sempre fui medrosa, nunca me defendi, as pessoas ficavam com a impressão de que, o que os outros falavam era verdade......estou falando tudo isso para contar um fato que aconteceu comigo e que marcou a minha vida como uma das grandes injustiça que me fizeram...............
Quando comecei a estudar, eu tinha pavor de ser abandonada pela minha mãe na escola, então chorava muito mesmo, tanto que a minha primeira professora, a dona Lídia, não aguentando meu chororô, pediu a madre superiora que me tirasse da classe dela......e assim foi feito, para a minha sorte, pois a irmã Bernadete, a professora que ficou comigo, me amou e eu a ela.....do primeiro ano primário até o segundo semestre do segundo ano, nós só escrevíamos com lápis, quando então éramos introduzidos a caneta tinteiro....eu não via a hora de poder ter minha caneta, pois via meus irmãos mais velhos escrevendo e colocando tinta e para mim isso era uma glória.....meus irmãos tinham cada um sua caneta Parker com seu vidrinho de tinta, o famoso tinteiro.....e quando a professora mandou um bilhete para que minha mãe comprasse uma caneta tinteiro , meu pai me deu uma Parker também.......naquela época as carteiras da classe eram para duas crianças e de cada lado tinha um buraco para que colocássemos o tinteiro e o mata borrão (nossa isso é antigo, credo...rsrsrsrsrsrsr).....pois bem, do meu lado sentava uma menina de nome Selma... to vendo o rosto dela, credo!........um dia na prova de linguagem...(naquele tempo a matéria de português tinha o nome de linguagem), talvez por não saber as questões, a menina simplesmente, esguichou a tinta da caneta na prova dela, e começou a chorar, gritando para a professora, a dona Zenaide, que eu tinha feito aquilo.....na hora fiquei apavorada e me encolhi toda.....e não me defendi, como era o meu costume, pois o medo me deixava muda, a professora então, sem questionar pois conhecia bem a Jurema bagunceira, pegou-me pelas orelhas e colocou-me de joelho no corredor do andar em que ficava a nossa classe.....e assim fiquei durante uma semana , sem poder ir para o recreio..... sem contar que me deu zero, que vergonha!....pois criança é bicho triste mesmo, e quando elas passavam por mim para irem ao recreio, faziam a maior gozação....
Acho que essa foi a primeira grande injustiça que fizeram comigo ao longo da minha vida.

Nenhum comentário: