sábado, 27 de setembro de 2008

As vendedoras

Quando morávamos na rua Leopoldo Machado, para irmos à escola, tínhamos que obrigatoriamente passar pela rua Jaborandi......e nesta rua bem em frente a rua Leopoldo, tinha uma casa com um jardim enorme e muito bem cuidado, com muitas roseiras e margaridas...minhas duas paixões...e neste jardim ficava solto um lindo pavão...que muito exibido, toda a vez que parávamos para ficar admirando-o, ele abria sua maravilhosa calda e andava pra lá e pra pra cá todo garboso....muito lindo mesmo....mas nessa rua um pouquinho mais abaixo e do outro lado, tinha uma fábrica ou depósito, não sei bem ao certo o que era....eu só sei, que uma tarde quando voltávamos da escola, a Dalva viu um cartaz que dizia que eles estavam comprando garrafas vazias.....oras, foi a conta.....a Dalva no ato arquitetou mil planos com o dinheiro que receberia das vendas das ditas garrafas, e a partir daquele dia, olha a dona Jurema e dona Dalva indo nas casas dos conhecidos pedindo garrafas vazias...rsrsrsrsrs....o que a Dalva fazia com a parte que cabia a ela?...comprava gibis, oras...e eu? eu comprava sorvete de coco queimado na venda do japones , lá na rua Caquito, sem contar que ia também na quitanda de outro japones, lá na rua Monsenhor Emílio Teixeira, uma travessa da rua Omachá, comprar uma fruta chamada jatobá e as famosas bolachas japonesas.....até hoje vira e mexe eu compro estas bolachas...elas são uma delícia...mas são caras, as danadas....rsrsrsrs......outro dia comprei jatobá e fui feito uma goderona comer...meu Deus! como o nosso paladar modifica com o passar dos anos....eu achei a fruta horroroza...rsrsrsrsrsrs.....
Mas deixa estar, que mudamos de casa e fomos morar na rua Esmael Dias.....e lá fizemos amizade com a Lêda e Soninha, filhas da dona Elza.....era assim...a Dalva brincava mais com a Lêda, e eu com a Soninha....um dia a Dalva bolou um cirquinho, acho que já contei a estória dele....mas vai que a Dalva é muito minuciosa...gosta que tudo saia do jeito que ela imagina.....e ela colocou na cabeça que teríamos que ter roupas especiais para a apresentação...e quis fazer saias de papel crepom.....e nós éramos umas 10 meninas para a apresentação....mas a Dalva queria que em cada apresentação, nós trocássemos de saias....foi aí que ela lembrou que vendíamos garrafas lá na Leopoldo...e combinou com a Lêda de sair para vender jornais, e assim teríamos dinheiro suficiente para fazer todas as saias.....o que as duas fizeram então...pegaram todos os jornais da minha casa e da casa de Lêda, amarraram no banquinho que tinha atrás das bicicletas delas e combinaram, que no dia seguinte logo após a saída da escola elas iriam procurar quem comprasse os benditos jornais...
No dia seguinte, mal elas chegaram da escola, tiraram os uniformes e nem almoçaram....foram embora a cata de possíveis compradores dos jornais....e o tempo vai passando...passando...e nada das duas voltarem.....a minha mãe e a dona Elza, já estão de cabelos em pé....quando o pai da Lêda chega do serviço, isso as 17 horas horas e fica sabendo que a filha estava fora de casa desde ao meio dia e meio....o homem ficou doido e no ato chamou a polícia....com isso, olha a aglomeração dos vizinhos na nossa porta......meu pai estava viajando nesta ocasião...tinha ido visitar nossos parentes lá em Floripa.....
A rua ficou movimentadíssima, cada um dando uma opinião sobre o que estaria acontecendo....eu muito da escandalosa, chorava feito uma doida...gritando...eu quero minha irmã!...eu quero minha irmã!....isso até levar uns tapas da minha mãe...ai sosseguei o facho...rsrsrsrs....
O pai da Lêda estava hiper nervoso e no nervosismo culpava a dona Elza , pelo sumiço da filha, e na hora em que os dois estão batendo boca, o meu irmão Dário vê as duas chegando lá perto da ponte...aí foi aquela correria...todos correram ao mesmo tempo em direção as duas......e elas....suadas e rindo feito duas tontas.....pois é muito comum na Dalva, quando ela fica nervosa, desatar a rir....rsrsrsr....e o que aconteceu com elas?
Diz a Dalva e a Lêda que elas foram andando de bicicleta a cata de ferro-velho...e pergunta aqui, pergunta alí...foram andando...andando....e se perderam...até que chegaram em um ferro-velho e um homem disse saber aonde tinha uma pessoa que comprava só jornais e que pagava muito bem...e foi levando as duas para um lugar ermo...a Dalva disse que no ato desconfiou e falou pra Lêda que não iria seguir mais adiante....e a Lêda mais ingênua queria por todo o custo seguir o homem....o que fez a Dalva então....pegou os jornais da sua bicicleta jogou no chão e disse para a Lêda que ela iria embora.....e que se a Lêda quisesse ir com o homem , que fosse sozinha.....aí a Lêda resolveu acompanhar a Dalva.....e as duas se safaram de uma possível tragédia.....
Com isso, nossas mães deram o dinheiro para que as duas comprassem os papeis para a confecção das saias...antes porém as duas levaram uns bons tapas.....mas no fundo minha mãe ficou feliz ao perceber que a filha seguia muito bem as recomendações dadas por ela......

3 comentários:

Unknown disse...

Ai Juju como e bom ler seus textos amiga e relembrar minha infancia . Papai tinha uma farmacia e como vc contou eu tambem tinha mania de vender produtos da farmacia escondida de meu pai . Sair com os sabonetes pentes finos escova de dentes e minha amiga Cidinha hoje ja falecida com produtos da padaria do pai para vender em dias de festas na praça da catetral pertinho de casa era uma das coisas que a turma gostava de fazer . O dinheiro recebido era gasto na quermesse da igreja , obrigada querida mais uma vez por me fazer recordar coisas tão esquecidas da minha infancia nossas aventuras fazem parte de nossa historia e saõ importantes ser relembradas ñ achas ?Abrsssssss Therezinha.

Celinha disse...

Juju..a vida é uma caixinha de surpresas e vc é uma delas!!! Que bom né ?? Pois então veja:
Nasci na Penha Rua Seixas Maia, travessa da Caquito. Meu pai era guarda-civil.Os parentes do meu pai são de Sta Catarina,inclusive Floripa.Estudei no Colégio Sta Catarina,tive uma prof.chamada irmã Jacinta.Morei no Cangaíba,uffa!! Beijos linda....

Celinha disse...

Juju..a vida é uma caixinha de surpresas e vc é uma delas!!! Que bom né ?? Pois então veja:
Nasci na Penha Rua Seixas Maia, travessa da Caquito. Meu pai era guarda-civil.Os parentes do meu pai são de Sta Catarina,inclusive Floripa.Estudei no Colégio Sta Catarina,tive uma prof.chamada irmã Jacinta.Morei no Cangaíba,uffa!! Beijos linda....