quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Estórias da minha mãe

Ontem, depois que fiz um bolo de aniversário para o meu filho Fábio, resolvi entrar no computador e ler as minhas "saudades".....li uma boa parte dos meus textos e como sempre acontece, meus pensamentos foram embora para o meu passado...e.... lembrei das estórias sobre nossa família que minha mãe sempre contava ....em quase todas eu faço parte, mesmo que indiretamente, mas tem uma estória em que eu e a Dalva somos as atrizes principais...rsrsrsrsr....se bem que, nem eu nem ela recordamos....mas como meus pais sempre contavam a mesma estória, acredito piamente.....

Quando meu pai voltou da segunda grande guerra, ele comprou uma pequena chácara nas imediações da Hortolândia...lá na Penha....naquela época, aquela região era quase desabitada, e para chegar até a chacrinha, meus pais eram obrigados a atravessar uma pequena ponte de um riozinho e tinham que subir uma ladeira bem íngreme.....nesta chácara nasceram o José Carlos e a Dalva...mas...quando minha mãe estava grávida de 7 meses terceiro filho(eu), era época das chuvas de março...(eu nasci em maio), com isso vira e mexe o rio transbordava....uma noite quando meu pai estava voltando do serviço ,estava caindo o maior toró, na hora em que ele estava atravessando a ponte, esta simplesmente foi levada pela enxurrada juntamente com ele....dizia meu pai para nós, que a salvação dele, foi chegar perto da margem, pois assim ele se agarrou nos matos existente por lá, e a muito custo conseguiu se safar.....com isso, minha mãe ficou apavorada e não quis mais morar lá de jeito nenhum.....o que fez meu pai então...procurou outra casa, alugou a chácara e eles foram morar bem em frente ao portão principal do cemitério da Penha...encima de uma farmácia...onde eu nasci......minha mãe contava que todas as quartas-feira passava o homem que vendia peixe, tocando uma sinetinha....e que meu irmão José Carlos por adorar peixe, na hora que escutava a bendita sineta, ia correndo para a janela da sala que dava pra rua e ficava gritando..."peceloooooooo....peceloooooooooooooooooooo....
cá!...mamãe qué pece" rsrsrsrsrsrsr...até hoje meu irmão adora um peixinho, tanto é que comprou um barco para poder pescar mais a vontade.....
Meu pai era Comandante da gloriosa e extinta Guarda Civil de São Paulo, com isso, ele foi destacado para Bauru...e lá foi a família toda....em Bauru é que começam as minhas lembranças...lembro perfeitamente da casa, do nascimento do meu irmão Dário, da praça e de um rapazinho que morava bem em frente, que eu e a Dalva vivíamos chamando-o de Zé-tatu...o porque disso não me perguntem....mas dessa estoria que meus pais contavam, eu realmente não lembro....
Dizia minha mãe, que numa ocasião houve uma fuga de presos, lá da delegacia que meu pai comandava...e que, um deles depois de alguns dias em liberdade, seqüestrou eu e a Dalva....minha mãe estava de dieta do meu irmãozinho e tinha deixado eu e a Dalva aos cuidados de uma babá......mas sabe-se lá como, nós duas fomos roubadas....e toca a Guarda-Civil em peso a nossa procura...dizia minha mãe, que fomos encontradas um dia depois em uma estação ferroviária de uma cidade vizinha....dizia ela que , o ladrão estava tocando um violão , enquanto eu e a Dalva ficávamos cantando e dançando...e as pessoas com isso davam esmolas pro delinqüente....rsrsrsrsrsrsr.....realmente dessa estória eu não lembro mesmo...mas como era minha mãe que contava, não posso duvidar......

Fico pensando cá com meus botões, minha vida foi muito movimentada mesmo......vivi com uma intensidade tão grande a minha infância e adolescência, que fico pensando...... minha vida poderia muito bem virar uma novela....não das 8 que são dramáticas, mas uma novela-comédia da 7 horas.....rsrsrsrsrsrsr

Um comentário:

Unknown disse...

cAAAHHHHHHHHH!!!!!!!!! nao resta duvida querida sua vida daria sim uma novela e com muita audiencia podes crer nunca vi tantas cenas emocionantes vividas por vc Juju????? Me lembrei como vc que no meu tempo tbm os vendedores passavam em casa para venderem eus produtos , que saudades do padeiro que passava na PRaca Miguelzinho vendendo pao doce e retalhos de bolacha que era mais barato que as de pacotes, a noite cada um tinha direito de tomar um copo de leite gelado com um bom punhado das deliciosas bolachas, ou um pao doce que falar do verdureiro que vendia frutas e legumes na carrocinha puxada por cavalo . Querida como somos felizes pois temos uma historia para recordar hoje esta geracao nao se preocupa nada com isto uma pena nao ?? Mais o sequestro de vcs me impressionou ,calcula o que devem ter passado seus pais na epoca e o encontro com vcs dancando com o malandro nao da para acreditar ?? Hoje seu texto foi demais conpensou a ausencia de texto por um bom tempo rsrsrsrsrs !!!!!!! Direto de Sampa abrsssss da sua amiga Therezinha .